Operários de complexo petroquímico do Rio rejeitam proposta e voltam ao TRT

Nesta quinta-feira (17) será feita nova tentativa de conciliação entre trabalhadores do Comperj e representantes dos consórcios responsáveis pelas obras

A categoria rejeitou em assembleia, a proposta que previa abono de R$ 150 a ser pago nos meses de novembro, dezembro e janeiro (Foto: Divulgação/ Petrobrás/ Ministério do Planejamento)

São Paulo – Nova tentativa de conciliação ocorre nesta quinta-feira (17) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro entre a Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom/CUT) e o Sindicato das Empresas de Engenharia de Montagens e Manutenção Industrial do Rio de Janeiro (Sindemon), representantes dos trabalhadores dos consórcios responsáveis pela construção do Complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, a 40 quilômetros da capital fluminense, e das empresas.

A categoria rejeitou nesta quarta-feira (16), em assembleia, a proposta patronal apresentada na sexta (11), que previa abono de R$ 150 a ser pago nos meses de novembro, dezembro e janeiro, totalizando R$ 450. A reivindicação da categoria, com data-base em 1º de fevereiro, é de equiparação salarial com os operários da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), a maior do segmento mantida pela Petrobras – também localizada no Rio –, o que pode representar reajustes salariais entre 5% e 20%.

As seis empresas envolvidas na obra também ofereceram garantia de plano de saúde integral e gratuito, pagamento de passagem de ida e volta para os moradores de fora do município visitarem seus familiares; compensação de Natal (operários folgariam cinco dias e compensariam apenas três). Já a compensação dos quatro dias de paralisação – até sexta – seria feita no sistema de uma reposição por mês.

O Comperj começou a ser construído em setembro passado e deve ficar pronto em 2015. Será o maior complexo petroquímico da América Latina e é a maior obra da Petrobras, incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Segundo o secretário de Formação da Conticom/CUT, Marcos Aurélio Hartung, a adesão à greve é da totalidade dos 14 mil trabalhadores da obra. O dirigente teme que aconteça em Itaboraí o mesmo ocorrido em Jirau – hidrelétrica construída no rio Madeira, em Rondônia: uma revolta dos trabalhadores por conta das péssimas condições estruturais e de trabalho.

“Há um problema claro que é a infraestrutura do município. A obra demanda uma estrutura que permita ao operário executar suas atribuições. Estamos falando aqui de transporte, acesso nas estradas, alojamento e uma série de questões de responsabilidade dos consórcios e da Petrobras. Já passamos esta realidade para a Procuradoria Regional do Trabalho de Niterói, que abrange Itaboraí, e pretendemos fazer uma força tarefa no sentido de discutir e buscar soluções para esse problema social”, destacou.