paralisação

Greve dos coletores de lixo na região do ABC completa quatro dias

Categoria já rejeitou proposta de 10% de reajuste

São Bernardo do Campo – A greve dos coletores de resíduos do ABCD (exceto Rio Grande da Serra) completou três dias ontem (2) sem previsão de término. A falta de acordo entre trabalhadores e as empresas terceirizadas do setor é visível em muitas ruas da região, onde os sacos de lixo já começam a tomar as calçadas.

Na alameda Dom Pedro de Alcântara, no Jardim Nascimento, em São Bernardo, os moradores afirmam que a coleta não é feita desde o último sábado (29). Algumas sacolas deixadas do lado de fora das residências foram rasgadas por cachorros de rua e o aparecimento de ratos já foi notado por alguns moradores.

O comerciante Antônio Alves de Moura tem evitado descartar itens como papel, sacos plásticos e latinhas de refrigerante. “Estou deixando tudo do lado de dentro para não acumular mais sujeira na rua”, explicou. Maria Martins, que também é comerciante, tem tentado diminuir a produção diária de resíduos. “Não estou deixando na rua porque os cachorros rasgam as sacolas. Mas tem que resolver isso logo porque não dá pra ficar deixando dentro de casa por muito tempo.”

As caçambas da prefeitura direcionadas para o descarte de material reciclável têm sido utilizadas por aqueles que não querem deixar o lixo em casa ou nas calçadas. Em uma delas, localizada no cruzamento das avenidas Pery Ronchetti e Luis Pequini, o espaço não foi suficiente para suprir a demanda e já é possível notar o transbordamento do lixo.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Bernardo informou que todos os 1.200 trabalhadores do setor estão paralisados na cidade e que, enquanto isso, a Administração tem mobilizado funcionários da prefeitura para que o lixo seja recolhido. O município produz cerca de 750 toneladas de lixo por dia.

Sem acordo

A paralisação regional da categoria começou na segunda-feira (31). A última audiência de conciliação entre os sindicatos da categoria e das empresas aconteceu na terça (1º) e terminou sem acordo. A proposta de aumento de 10% foi mantida pelo sindicato patronal e rejeitada em assembleia pela categoria, que reivindica 15,39%. O presidente do Siemaco-ABC (sindicato da categoria), Roberto Alves da Silva, afirmou que as empresas não sinalizaram a intenção de chegar a um acordo.

“Nós nos propusemos a sentar e discutir, mas as empresas não se comprometeram. O Siemaco quer negociar, mas as empresas estão intransigentes”, salientou. O sindicalista garantiu que a categoria está cumprindo a liminar do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que determina a manutenção de 50% dos mais de 2,5 mil trabalhadores nos serviços de varrição, coleta e operações de aterro sanitário, além de 100% em relação aos serviços de coleta de resíduos de saúde e hospitalar. Ontem (2) os coletores de Santo André fizeram uma passeata pacífica na região Central da cidade.

Procurado, o Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo) voltou a enviar nota lamentando a falta de acordo. “O Selur, entendendo o caráter prioritário dos serviços, segue empenhado na busca de solução urgente”.

As entidades sindicais têm até hoje (3) para se manifestar sobre o caso junto ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Os documentos serão enviados ao MPT (Ministério Público do Trabalho), que irá encaminhar a um relator para posterior julgamento.

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