Metalúrgicos de montadoras conquistam 6,53% e abono de R$ 1.500

Acordo vale para Taubaté e região do ABC; em São José dos Campos, os trabalhadores entraram em greve por tempo indeterminado

Sob ameaça de paralisação da produção, patrões entram em acordo com metalúrgicos (Foto: Cesar Ferrari/Reuters)

São Paulo – Metalúrgicos de montadoras da região do ABC e de Taubaté, no interior de São Paulo, aceitaram no sábado (12) reajuste de 6,53% mais abono de R$ 1.500 (a ser pago em 25 de setembro), após ameaças de greve na semana passada.

Já em São José dos Campos (SP), os trabalhadores rejeitaram a proposta patronal e aprovaram greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (14).

A proposta representa o maior índice real conquistado no país neste ano, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. Foram acertados 4,4% de reposição salarial referente à inflação do período, mais 2% de aumento real.

O abono equivale a mais 2,07% de aumento real, totalizando aumento combinado (abono mais real) de 4,11%. “Um índice fantástico, se considerarmos que em novembro de 2008 o cenário era de crise econômica internacional”, declarou Sérgio Nobre.

Os metalúrgicos também conquistaram a ampliação de 18 meses para 36 meses do tempo de auxílio-creche, que será estendido para homens casados com metalúrgicas e o direito de o trabalhador ser liberado um dia por ano (abonado pela empresa) para  fazer curso de formação no sindicato (as condições da liberação serão negociadas por empresa).

As montadoras foram pressionadas durante toda a semana por manifestações que incluíram paralisação de turnos na Volkswagen, Ford, Mercedes, Scania, Toyota, além de autopeças.

Na quinta-feira (10), 14 mil trabalhadores do turno da manhã das montadoras paralisaram a produção e se manifestaram na avenida 31 de Março e na portaria da Scania, em São Bernardo do Campo, para protestar por aumento real de salário.

Para os trabalhadores dos demais grupos do setor metalúrgico, a mobilização prossegue. “A luta e a mobilização continuam. Vamos buscar para todos o acordo feito com as montadoras”, afirmou Nobre.

Nesta segunda-feira, os metalúrgicos têm rodada de negociação com o Sindipeças (sindicato que representa as empresas de autopeças). Na quinta-feira (17), às 18h, o Sindicato do ABC realiza mais uma assembléia para avaliar a proposta das empresas. Existe a possibilidade de a categoria decretar greve por tempo indeterminado se as reivindicações não forem atendidas.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, filiado à CUT, a proposta foi aceita por cerca de 2 mil trabalhadores presentes em assembléia realizada neste domingo (13).

O presidente da entidade, Isaac do Carmo, afirmou em comunicado que a proposta servirá de referência não só para os metalúrgicos da CUT, mas também para diversos setores que também se encontram em campanha salarial.

Em São José dos Campos, os trabalhadores da região, que abrange fábricas da General Motors, exigem 14,65% de reajuste, redução da jornada para 36 horas sem redução de salários e sem banco de horas, estabilidade no emprego por pelo menos dois anos.

No Paraná, não houve acordo na sexta-feira entre Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e as montadoras Volkswagen-Audi e Renault-Nissan. Com isso, as greves iniciadas há uma semana continuam.

Autopeças

Nesta segunda começou a campanha dos trabalhadores do setor de autopeças. Cerca de cinco, em 12 empresas do ABC, fizeram uma paralisação de três horas para participar de manifestações e assembleias realizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos. A principal reivindicação é aumento real de salário.

Em Diadema, cinco empresas pararam totalmente a linha de produção: grupo Dana, além da Metaltork, TRW, Delga e Autometal. E em outras, o protesto ocorreu até as 9h.

Nesta terça-feira (15), devem ocorrer novas manifestações, desta vez em empreas em São Bernardo, enquanto o sindicato negocia com o Sindipeças. Na quinta está prevista uma assembleia na sede da entidade.

Com informações da Reuters

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