Campanha salarial

Federações de petroleiros rejeitam proposta da Petrobras: ‘Avanços tímidos e pontuais’

Empresa ofereceu 1% acima da inflação. Mas não avançou em pontos considerados importantes, como o plano de saúde. Trabalhadores farão paralisações

Paulo Neves/FUP
Paulo Neves/FUP
Reunião entre petroleiros e Petrobras, ontem: 'Muito a avançar'

São Paulo – As representações dos petroleiros indicaram rejeição da proposta feita ontem (9) pela Petrobras, na continuação da campanha salarial da categoria. A data-base é 1º de setembro. Representada pela área de recursos humanos, a empresa ofereceu 1% de ganho real (acima da inflação), o primeiro em sete anos, mas o conjunto da proposta foi considerado insuficiente.

Ainda ontem, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, comentou que a segunda contraproposta da Petrobras tinha “avanços tímidos e pontuais”. No campo econômico, o índice total de reajuste seria de 5,66%, incluindo a inflação, que foi antecipada. Já o vale-alimentação e vale-refeição seria corrigido em 5,78%.

Plano de saúde

Apesar de atender “alguns pleitos” da categoria, a proposta não mexe em pontos considerados “sensíveis” pelos representantes dos trabalhadores, como o custeio da AMS, o plano de saúde da companhia, entre outros. “Entendemos que temos ainda muito a avançar”, comentou Deyvid.

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A FUP reuniu nesta terça-feira (10) seu Conselho Deliberativo, que inclui os 13 sindicatos filiados. Além de rejeição, haverá paralisações por setor a partir do próximo dia 27, enquanto as negociações continuam.

“É inadmissível uma empresa que enriqueceu acionistas sem qualquer compromisso com o desenvolvimento e a soberania nacional continuar sacrificando os trabalhadores para garantir a lucratividade dos que se apropriam da riqueza coletiva”, afirma nota.

Reajuste “singelo”

Já para a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), “não houve avanços significativos em nenhuma das principais demandas da categoria petroleira, como o custeio da AMS e o teletrabalho”. A entidade chamou de “singelo” o reajuste oferecido. Destacou, por outro lado, a expansão da licença-paternidade para 30 dias, além de um “pequeno avanço no benefício educacional”.

Mas a FNP considerou uma “novidade indigesta” a proposta de renovar o acordo coletivo de trabalho (ACT) por dois anos. Em 2024, haveria correção das cláusulas econômicas conforme o IPCA.


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