Construtora aceita novas reivindicações de trabalhadores em Jirau, e sindicalistas veem acordo mais perto

Em reunião com a CUT, Camargo Corrêa aceitou algumas das reivindicações dos trabalhadores. Volta ao trabalho deverá ser decidida na próxima semana

São Paulo – Em reunião nesta sexta-feira (1º), entre representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Rondônia e da construtora Camargo Corrêa, aumentou a possibilidade de um acordo para retomar as obras da usina hidrelétrica de Jirau. Os trabalhos estão parados desde 15 de março, quando uma onda de protestos terminou com a destruição de alojamentos. As reações foram motivadas por reclamações relacionadas a maus tratos por encarregados da obra e condições inadequadas de trabalho.

Os termos devem ser semelhante aos estabelecidos para a usina de Santo Antônio. O acerto obtido na quinta-feira (31) com a Odebrecht, que comanda o consórcio da usina de Santo Antônio, contempla antecipação de reajuste salarial para abril e aumento do valor da cesta básica.

Para que voltem ao trabalho, os funcionários de Jirau reivindicam retornar para suas casas a cada três meses e 5% de antecipação salarial, além de melhoria na condição de trabalho. A reunião contou com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Civíl de Rondônia (Sticcero) e a Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom).

A Camargo Corrêa aceitou firmar uma ouvidoria nos locais de trabalho, além de extinguir o agenciador na contratação dos operários, que faz parte do Pacto Nacional da Construção Civil, que será discutida com o governo e as demais centrais sindicais. A 3ª Vara do Trabalho de Porto Velho decidiu calendário de ações a ser cumprido pela empreiteira para que as obras não sejam embargadas, inclusive a montagem de infraestrutura nas proximidades da construção.

Segundo Vagner Freitas, secretário de Administração e Finanças da CUT, a expectativa é de que trabalhadores em empreiteira aprovem o acordo na próxima semana, em assembleia. “Nosso papel não é pressionar para que a usina abra sem condições de trabalho, mas, acredito que com as obras de reestruturação sendo feitas e o acordo sendo fechado junto à categoria é natural que a construção seja retomada”, disse.