PM e banqueiros fizeram acordo contra greve, diz sindicato dos bancários de SP
Reunião secreta entre Febraban e o Comando da Polícia Militar teria ocorrido para discutir ações de repressão contra possível greve dos bancários de SP
Publicado 16/09/2009 - 17h44
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região recebeu denúncia de que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o comando da PM realizaram uma reunião secreta, na sexta-feira (11), para organizar ações de repressão contra possível greve dos bancários.
De acordo com a denúncia, a Febraban solicitou apoio da PM para o cumprimento dos interditos proibitórios, que visam coibir as manifestações do sindicato nas agências e concentrações bancárias. A federação dos bancos teria informado à PM as localidades de maior ação do Sindicato. O sindicato conseguiu cópia do e-mail que convoca a reunião.
“O que os banqueiros estão fazendo é rasgar a Constituição do Brasil, que prevê o legítimo direito de greve dos trabalhadores”, afirma o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
O sindicalista argumenta que sem o direito de greve dos trabalhadores, só restaria o poder econômico dos patrões. “Sem isso, não haveria direitos trabalhistas. Estaríamos, ainda, no tempo da escravidão”, diz.
Segundo ele, a organização de ações repressivas contra os trabalhadores não vai mudar a ação do sindicato, que está em plena campanha salarial 2009. “Temos uma rodada de negociação na quinta-feira (17). Convocar essa reunião parece significar que os negociadores da federação dos bancos (Fenaban) não pretendem apresentar proposta séria, empurrando os bancários novamente para a greve e, diante dessas informações, para o risco”, avisa Marcolino.
A direção do sindicato encaminhou carta à Secretaria Estadual de Segurança Pública e ao Comando Geral da Polícia Militar de São Paulo pedindo investigação sobre o caso.
“Esperamos que as autoridades competentes regulem a atuação da PM do estado de São Paulo, que não pode se voltar contra os trabalhadores. Tem de protegê-los. PM não é segurança de banqueiro”, completa Marcolino.
A entidade também estuda entrar com ação no Ministério Público do Trabalho.
Com informações do Sindicato dos Bancários