Bancários apostam no bom humor para pressionar bancos a melhorar proposta

Após 10 dias, paralisação nacional é considerada a maior em 20 anos pelos sindicalistas

Bancários de Juiz de Fora distribuíram abacaxis para a população (Foto: Divulgação/ SintrafJF)

São Paulo – No décimo dia de greve nacional dos bancários, 8.758 agências e centros administrativos foram parados em todo o país, segundo balanço da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Todos os 26 estados mais o Distrito Federal estão em greve desde 27 de setembro. Em alguns locais, sem sinal de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), sindicalistas fizeram protestos bem-humorados.

Em Juiz de Fora (MG), a 270 quilômetros de Belo Horizonte, bancários distribuíram abacaxis para a população. O protesto se concentrou no Calçadão da Halfeld, na região central, diante da superintendência regional do Banco do Brasil. Segundo o sindicato local, todas as agências da instituição na cidade aderiram à paralisação. Em Salvador, a fruta escolhida para a distribuição foi a banana. O “bananaço” também foi o modelo escolhido em outras cidades.

Na quarta-feira (5), bancários de Florianópolis (SC) também apostaram no bom humor. No caso dos trabalhadores da capital catarinense, a opção foi tirar a roupa para protestar. Com faixas que diziam “Indecente é o lucro dos bancos”, eles marcharam vestindo apenas roupas íntimas.

A última mesa de negociações entre representantes dos trabalhadores e dos bancos foi realizada em 23 de setembro, ainda antes do início da greve. A proposta foi de reajuste de 8% sobre salários e outros direitos. A reivindicação é de 12,8%, além de outros itens, como maior participação nos lucros ou resultados (PLR), piso salarioa maior, fim das demissões e das metas abusivas.

Na terça-feira (4), o Comando Nacional dos Bancários enviou carta à Fenaban criticando o “silêncio” dos bancos e demandando nova negociação. A greve de 2011 é considerada a maior dos últimos 20 anos. “A culpa pela greve é dos bancos, que permanecem em silêncio, recusando-se a retomar o diálogo e apresentar uma proposta decente com avanços econômicos e sociais”, destaca Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

A última manifestação pública da Fenaban data da semana passada, quando a entidade reafirmou disposição em negociar e criticou a greve por prejudicar os correntistas.