Movimento sindical

UGT contesta reportagem e diz que segue defendendo unidade das centrais

Presidente da entidade diz que apresentou a Temer visão sobre temas como Previdência, reforma trabalhista e PEC 55. Dirigentes se reúnem amanhã para preparar atos do dia 25 em defesa de direitos

reprodução/facebook

Presidente da UGT, Ricardo Patah, foi recebido na última quarta-feira (9) pelo presidente Michel Temer

São Paulo – A UGT divulgou hoje (15) nota para contestar reportagem publicada na véspera pelo jornal O Estado de S. Paulo e afirmar que “nunca praticará o governismo” e “continuará defendendo a unidade das centrais”. No texto, o jornal diz que o governo Michel Temer tenta juntar UGT e Força Sindical para “rachar” o movimento sindical e esvaziar ações promovidas pela CUT.

“Nossa luta é pela ampliação e manutenção dos direitos e garantias dos trabalhadores. Jamais abriremos mão de nossos princípios e de nossas responsabilidades em troca de cargos ou benesses governamentais”, diz a nota da UGT. O Estado afirma que, enquanto recebe o apoio das duas centrais, “Temer é pressionado a aumentar o espaço na administração federal dos partidos ligados à Força e à UGT”.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, foi recebido na última quarta-feira (9) pelo presidente Michel Temer. “Em nenhum momento foi solicitada pelo Presidente da República, nem lhe foi oferecida, qualquer participação da UGT em manobras voltadas ao enfraquecimento de outras centrais. Da mesma forma, não foi oferecido ou solicitado qualquer cargo ou benesse como moeda de troca nas relações entre a UGT e o Governo Temer”, afirma a central. Segundo a nota, a convite de Temer, o dirigente foi recebido e pôde apresentar a visão da central sobre as reformas previdenciária e trabalhista, além da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55.

Segundo a UGT, desse encontro saiu a aceitação, pelo presidente, de itens como venda “a preços de mercado” de imóveis do INSS, “abertura de diálogo direto entre a equipe econômica e o movimento sindical”, compromisso do governo de não endossar projetos “restritivos à liberdade e autonomia sindical ou que objetivem a asfixia econômica das entidades sindicais brasileiras”.

Em sua página na rede social Facebook, Patah falou sobre o encontro com o Temer e a respeito dos assuntos discutidos. “Na minha visão, sobre o primeiro tema, precisamos unificar a Previdência no País, pois não é possível ter uma Previdência para a iniciativa privada, outra para servidores públicos, outra para a magistratura, outra para políticos e a corda só arrebentar no trabalhador da iniciativa privada… sobre a PEC, é fato que o Brasil precisa de um ajuste fiscal. Do jeito que está, é impossível fazer qualquer planejamento, mas também não é justo comprometer uma geração com arrocho por 20 anos”, afirmou.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deverá participar de uma plenária promovida pela UGT em São Paulo. Segundo disse Patah ao Estado, o governo deverá enviar ao Congresso sua proposta de reforma da Previdência em 3 de dezembro. A trabalhista virá no início de 2017.

Amanhã (16), representantes das centrais sindicais se reunirão na sede do Dieese para discutir as manifestações que serão realizadas pelo país no próximo dia 25, em defesa de direitos sociais e trabalhistas.