Em busca de preservar crescimento, Cristina Kirchner mantém ministros na Argentina
Divergência entre inflação oficial e indicadores medidos por institutos privados é outra questão-chave para a presidenta argentina
Publicado 01/03/2012 - 00h00
São Paulo – Quatro dias antes de tomar posse em seu segundo mandato como presidenta da Aregntina, Cristina Kirchner anunciou poucas mudanças na composição de seu governo para o próximo período. O gabinete terá alterações pontuais, provocadas pela eleição de expoentes no pleito de outubro. A opção indica que a continuidade será a aposta de Cristina para garantir a preservação dos patamares de crescimento econômico verificados nos últimos anos.
O cenário de crise externa, que acomete especialmente países desenvolvidos da Europa e os Estados Unidos, deve causar efeitos indiretos em nações emergentes e pobres, o que inclui a Argentina. A inflação medida por institutos independentes do poder público está relativamente elevada – de 20% a 25% ao ano, a depender da fonte. Dados oficiais, no entanto, registrarem variação mensal fixa de 0,8% ao mês desde fevereiro deste ano. Mesmo sindicatos justicialistas, historicamente alinhados, dão sinais de que podem cobrar reajustes salariais baseados nos indicadores do setor privado.
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Depois da eleição de 23 de outubro, Cristina adotou medidas de controle do câmbio, com restrições a compra de dólares, e corte de despesas do setor público.
A equipe econômica terá uma mudança. Amado Boudou, eleito vice na chapa de Cristina, deixa o ministério da Economia, para dar lugar ao secretário de Finanças, Hernan Lorenzino. No Banco Central, Mercedes Marco del Pont permanecerá como presidenta.
No âmbito político, o chefe de gabinete, Aníbal Fernandez, deixa o cargo para assumir uma cadeira no Senado. Juan Manuel Abal Medina, visto como figura de confiança da presidenta na Secretaria de Comunicação, irá ocupar o cargo a partir deste sábado (10). O ministro de relações exteriores, Hector Timerman, seguirá no governo. O secretário de Comércio e Relações Econômicas Internacionais da chancelaria da argentina, Luis María Kreckler, já havia sido nomeado embaixador no Brasil no início de novembro.
Com informações da Agência Brasil