Humala vai a segundo turno no Peru contra filha de Fujimori

Humala apostou em uma campanha na qual mostra lado democrático e tranquilo (Foto: divulgação) São Paulo – O nacionalista Ollanta Humala confirmou as projeções e venceu o primeiro turno das […]

Humala apostou em uma campanha na qual mostra lado democrático e tranquilo (Foto: divulgação)

São Paulo – O nacionalista Ollanta Humala confirmou as projeções e venceu o primeiro turno das eleições presidenciais peruanas. Até a noite deste domingo (10), o político de esquerda tem em torno de 31% dos votos, um pouco acima do registrado pelas pesquisas dos últimos dias.

Restando menos de 20% de apuração, a segunda colocada é Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, com 23% das intenções de voto, que deve disputar o segundo turno no começo de junho. 

Esta é a segunda vez que Humala consegue passar à segunda etapa das eleições. Em 2006, vencedor no primeiro turno, acabou derrotado por Alan García, o atual presidente. Agora, no entanto, há fatores que levam a crer que o nacionalista pode ter sorte diferente.

A primeira questão é que Humala vem em ascensão nas últimas semanas, tendo crescido mais de dez pontos e se firmado como franco favorito. O segundo ponto é exatamente o motivo para esta ascensão, que é a adoção de um discurso mais moderado em relação a 2006. O candidato garantiu que vai respeitar os contratos firmados pelo Peru e se comprometeu a manter a independência do Banco Central.

Em uma carta ao povo peruano num formato muito parecido ao utilizado por Lula em 2002, Humala tenta afastar-se da imagem de uma esquerda de transformações mais profundas e rejeita a possibilidade de mudar as regras atuais para poder se reeleger. Nas eleições anteriores, ele acabou derrotado após ser associado a Hugo Chávez. Desta vez, não hesitou em manifestar desaprovação quando o presidente venezuelano fez declarações a respeito do pleito peruano, pedindo que ninguém se intrometesse em um assunto que é de interesse local. 

Por outro lado, resta saber qual será o papel dos candidatos derrotados neste primeiro turno. Nas últimas semanas, o ex-presidente Alejandro Toledo vinha pregando que todos se unissem contra Humala, mas não é certo que apoiará Keiko, cuja candidatura está claramente atrelada ao pai, Alberto, condenado a 25 anos de prisão por matanças de trabalhadores.

Keiko é herdeira política do ex-presidente, que goza de boa avaliação junto a alguns setores da sociedade pelo combate ao grupo armado Sendero Luminoso e pelo controle da inflação. Uma das bandeiras da candidata é conceder a anistia ao pai, que poderia então oficialmente exercer forte influência num eventual governo. As denúncias de corrupção e de violação dos direitos humanos, no entanto, devem pesar contra Keiko neste segundo turno.

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