Nunca mais

Nísia pretende construir memorial às vítimas da covid-19 para que descaso jamais se repita

Nísia Trindade, ministra da Saúde, lembrou das mortes evitáveis, frutos de uma política de descaso do ex-presidente Jair Bolsonaro

Divulgação/Abrasco
Divulgação/Abrasco
"Teremos um memorial da covid e teremos uma política de memória desse triste tempo"

São Paulo – A ministra da Saúde, Nísia Trindade, declarou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) construirá um memorial às vítimas da covid-19. Além de prestar solidariedade, caberá ao local reverenciar a luta daqueles que defenderam a ciência, dos profissionais da saúde, tão prejudicados pelo descaso do governo na época. O então presidente, Jair Bolsonaro (PL), desdenhou do vírus, ironizou as mortes e conduziu o país a um cenário catastrófico.

Mais de 700 mil pessoas morreram. Muitas dessas mortes teriam sido evitadas caso o comando maior do país tivesse respeitado a ciência. É isso que defendem os pesquisadores mais renomados da área, que enfrentaram o negacionismo bolsonarista diariamente. Inclusive, na defesa das vacinas, que controlaram a pandemia, apesar de o presidente e seu grupo político sempre terem se mostrado avessos. Inclusive, atacaram os imunizantes com uma série de mentiras sobre riscos inexistentes.

Nísia pretende lembrar dessa história, das vítimas e dos erros. Ela compara com o Holocausto, que conta com memoriais por todo o mundo. “Como falei do Holocausto, e tem sido uma marca dos museus de Holocausto e espaços de democracia em todo mundo nos países que viveram a ditadura, aqui no Ministério da Saúde — e já como decisão de governo — nós teremos um memorial da covid e teremos uma política de memória desse triste tempo”, disse.

Fortalecimento da ciência

Nísia falou sobre o tema durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre até sábado (29), em Curitiba. O encontro marca a retomada do protagonismo da ciência no país, com o fim das negligências bolsonaristas. “A forma como o Brasil abordou, a política de governo absolutamente desastrosa que nos levou a 700 mil vidas perdidas… Isso não pode ser esquecido. Se não chamar isso de genocídio, não sei que nome podemos dar”, completou a ministra.

Durante a pandemia, Nísia atuou de forma incansável ao lado de cientistas, quando comandou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Pelo trabalho notável, esta entidade tornou-se referência mundial em combate à covid-19, bem como de produção de vacinas.

Agora, Nísia trilha um caminho de luta à frente da pasta da Saúde para que a história jamais se repita e, em situações futuras, o governo salve vidas a partir de ações responsáveis. “Nós, da comunidade científica, precisamos mais do que ficar vigilantes, nós precisamos estar fortalecendo uma visão democrática entre nós. Somos alvos de ataque, como muitas vezes aconteceu no governo passado, e cabe a nós esse fortalecimento”, disse.


Leia também


Últimas notícias