Dormindo no ponto

Gestão de Ricardo Nunes em São Paulo se atrasou nas ações de combate à dengue

Segundo o infectologista Gonzalo Vecina, ações anunciadas pela prefeitura significam que “alguma coisa está errada”

Reprodução / Y.Tube
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Vecina: “É preciso haver o combate aos focos de mosquito. E quem tem que fazer isso principalmente são as secretarias municipais de saúde"

São Paulo – A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo se atrasou nas ações para o combate à dengue neste verão. Nas três primeiras semanas de 2024, a capital paulista registrou 1.792 casos da doença, número quatro vezes maior do que no mesmo período do ano passado.

“É preciso haver o combate aos focos de mosquito. E quem tem que fazer isso principalmente são as secretarias municipais de saúde. O que aconteceu aqui em São Paulo na minha opinião é que a secretaria municipal de Saúde se atrasou na realização das atividades para o combate à doença”, afirmou o infectologista Gonzalo Vecina à edição desta terça-feira do Seu Jornal, na TVT.

Gonzalo Vecina é um médico sanitarista, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. É um dos idealizadores do Sistema Único de Saúde e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

“Nós ontem tivemos notícia da secretaria que tinha 2 mil agentes comunitários de saúde e está contratando mais 12 mil. Se ela estivesse contratando mais 100 agentes, eu entenderia que ela está aumentando a força de trabalho, mas sair de 2 mil para 12 mil, como foi informado na imprensa ontem, significa que alguma coisa está errada”, disse o especialista.

“Contratar 113 minivans para circular esses trabalhadores pela cidade?! Eu acho que a secretaria municipal de Saúde demorou para tomar decisões que estão custando agora um crescimento muito grande do número de casos”, comentou.

O crescimento da dengue na cidade representa um aumento de mais de 300% se comparado aos 443 casos confirmados nesta mesma época em 2023.

Conforme os dados divulgados nessa segunda-feira (29) pela prefeitura, nenhuma morte pela doença foi confirmada na capital este ano. O número de casos de dengue registrados no início de 2024 é o maior dos últimos 10 anos.

Confira a íntegra da entrevista de Vecina

Agentes nas ruas

Para combater a doença, a Prefeitura de São Paulo afirmou que aumentou o número de agentes nas ruas, passando de 2 mil para 12 mil, adquiriu 15 mil litros de inseticidas para a nebulização contra o mosquito Aedes aegypti, ampliou a frota de veículos para transporte dos agentes com 113 minivans, comprou 30 novos equipamentos de nebulização veicular, abriu concurso para a contratação de 703 servidores para a Rede Municipal de Vigilância em Saúde e comprou e distribuiu 20 mil armadilhas de autodisseminação de larvicida em todas as regiões da cidade com histórico da doença.

“Neste ano, já foram realizadas 256.127 mil ações de prevenção ao Aedes aegypti e, em 2023, foram 5.317.437 ações, tais como: visitas casa a casa, vistorias a imóveis e pontos estratégicos, ações de bloqueios de criadouros e nebulizações, orientações à população, entre outras atividades”, afirma em nota a Secretaria Municipal de Saúde da capital.

A vacina contra a dengue, que deve começar a ser aplicada em fevereiro pelo Sistema Único de Saúde (SUS), chegará somente a onze cidades do estado de São Paulo, e a capital não foi incluída na lista.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), enviou nesta terça-feira (30) um ofício ao Ministério da Saúde (MS) solicitando a distribuição de doses da vacina contra a dengue à capital paulista.


Com informações da CNN e Folha de S.Paulo


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