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Brasil tem 667 mortes e 13.717 casos. Letalidade atinge 6,5% em São Paulo

Foram 114 mortes nas últimas 24 horas. São Paulo segue como maior foco da doença no país, com 5.682 casos e 371 mortos. No país, taxa é de 4,9%

Acácio Pinheiro / Agência Brasília
Acácio Pinheiro / Agência Brasília
A situação do Distrito Federal é agravada pela rotatividade de pessoas de todos os estados que passam pela capital

São Paulo – O Brasil contabiliza 667 mortes pela covid-19, conforme novo balanço, divulgado nesta terça-feira (7). A pandemia do novo coronavírus entrou na fase de maior crescimento no país, e totaliza 13.717 casos. Foram 114 mortes nas últimas 24 horas. A taxa de letalidade no país segue alta, por volta de 4,9%, acima da média mundial, que vai de 2% a 3%.

A subnotificação, porém, é uma realidade. De acordo com estimativas do Ministério da Saúde e de especialistas, para cada caso notificado, podem haver outros 10 não identificados ou não oficializados.

São Paulo, epicentro da crise, tem 5.682 casos e 371 mortes, uma taxa de letalidade alarmante, de 6,5%. Nos próximos seis meses, o Instituto Butantan, autarquia do governo do estado, calcula podem passar de 100 mil o número de mortes pela covid-19 – sem isolamento, seriam 277 mil. O Sudeste concentra o maior número de casos, com 59,3% de todos os doentes do país: 8.138 doentes e 477 mortes – letalidade de 5,9%.

O segundo estado mais afetado é o Rio de Janeiro, com 1.688 casos e 89 mortes (5,3%). Depois vêm Ceará, com 1.051 casos e 31 mortes; Minas Gerais, com 559 casos e 11 mortes; Amazonas, com 636 casos e 23 mortos; Paraná, 503 casos e 15 mortos; e Distrito Federal, 492 casos e 12 mortes.

Alguns locais preocupam mais o ministério. Além de São Paulo e Rio de Janeiro, pelo número de casos, preocupa Pernambuco, pela grande letalidade: 31 mortes em 352 casos (8,8%). Preocupa também o Distrito Federal, que tem grande número de casos para poucos habitantes, e Amazonas, que concentra grande número de doentes e fica em uma zona de risco, já que indígenas podem ser mais vulneráveis ao novo coronavírus. O ministério deixa claro que o histórico de doenças virais em indígenas é terrível.

Insumos

O Ministério da Saúde segue com a recomendação de isolamento social. Um dos grandes motivos para tal é evitar que o sistema de saúde entre em um grande colapso. Existe falta de insumos e equipamentos de segurança para profissionais de saúde. Com a pandemia se alastrando pelo mundo, existe uma corrida aos fornecedores.

Apagando incêndios

A maioria dos fornecedores desses materiais está na China. Países como os Estados Unidos fazem compras agressivas, com dezenas de aviões saindo do gigante asiático. Já no Brasil, seguidores do presidente Jair Bolsonaro atacam chineses e dificultam relações comerciais.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em contrapartida, disse que entrou em contato com a embaixada para tentar firmar parcerias e “apagar os incêndios” provocados pelos bolsonaristas. “Fiz um diálogo com o embaixador da China. Iniciaremos um trabalho conjunto para que cada compra que formos fazer, cada contrato que fizermos, para garantirmo mais transparência, possamos fazer isso com o apoio da embaixada. É algo que sabemos da importância, esse esforço comum entre Brasil e China para garantirmos equipamentos”, disse Mandetta.

Alvo de ataques dos bolsonaristas mais radicais, por contrariar o presidente e respeitar ordens de todas entidades de saúde e dos demais líderes mundiais, Mandetta falou brevemente sobre o assunto. Ele reconheceu que “fake news crescem mais rapidamente do que a pandemia”, mas disse não estar abalado. “Sobre ataques contra mim, que isso fique para a justiça divina.”


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