armadilha

Vannuchi: ‘Desistência de impeachment faz Aécio perder mais forças’

Jurista Miguel Reale Júnior admite não haver provas para iniciar ação contra presidenta

Divulgação / Agência Senado

Aécio Neves se apresenta como figura oposta ao o avô, Tancredo Neves, por ser uma liderança política furiosa

São Paulo – O analista político Paulo Vannuchi afirma hoje (22) em sua coluna para a Rádio Brasil Atual que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, perde cada vez mais força no seu eleitorado, pois deverá passar a ser visto como “traidor dos movimentos que o apoiaram”. O candidato derrotado à Presidência anunciou desistência da ação de impeachment contra Dilma Rousseff, após parecer do jurista Miguel Reale Júnior ter admitido não haver indícios suficientes.

“A mídia está tão focada em atacar o PT, Lula e a Dilma, que se fosse em outros tempo, não teria perdido a chance de fazer a ironia de que os tucanos sempre ficam em cima do muro, sinalizando de um lado e para o outro”, afirma.

Segundo o comentarista, Aécio se apresenta como figura oposta ao seu patrono na política, o avô Tancredo Neves. “O ex-presidente sempre fazia mediações entre o movimento das Diretas Já e os militares, assim com um pé em cada canoa, construiu sua vitória no colégio eleitoral. Entretanto, Aécio perdeu esse DNA, pois é uma liderança política furiosa, que não faz nenhum tipo de intermediação, se bateu raivosamente pelo impeachment, até cair numa armadilha tucana.”

Para o comentarista, o “partido da mídia” continuará atacando o PT, e principalmente Lula, porém o cenário já não é tão positivo. “Haverá troco, já que o ex-presidente é a maior liderança política do país. No ponto de vista de propaganda, quando alguém bate excessivamente pesado, pode gerar o ‘efeito bumerangue’, que deverá deixar algumas pessoas com um pé atrás nessa onda de ataques.”

“É importante lembrar que essa desistência do PSDB abre espaço para a Dilma ‘sair das cordas’. Aliás, ela acertou ontem (21), ao incluir uma elevação de bilhões a serem arrecadados, com o aumento da parte de impostos que os bancos pagam a partir do seu lucro de cada ano”, analisa.

Ouça o comentário completo para a Rádio Brasil Atual