Brasília – O Congresso Nacional viveu hoje (11) um dia de luto e consternação com a morte repentina, na tarde de ontem, do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), ex-governador de Santa Catarina, ex-prefeito de Joinville, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e político com mais de 40 anos de vida pública. Luiz Henrique, que morreu após sofrer um infarto, transitava bem entre o Senado e a Câmara dos Deputados e era muito respeitado entre os colegas.

A maior parte dos pronunciamentos em plenário ao longo do dia foram destinados a homenagear o senador. Logo pela manhã, uma comissão de 22 parlamentares viajou a Santa Catarina para participar dos funerais de Silveira. Bandeiras do Brasil e do Mercosul também foram baixadas a meio-mastro em frente ao Congresso e o presidente, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), decretou luto oficial de três dias.

Ainda ontem, a presidenta Dilma Rousseff divulgou nota de pesar. Segundo ela, Luiz Henrique “foi um homem de princípios democráticos, disposição para o diálogo e imenso amor pelo seu povo e sua terra”.

Luiz Henrique da Silveira, que integrou o chamado PMDB autêntico, grupo mais próximo de Ulysses Guimarães (1916-1992), foi destacado pelos colegas pela luta que travou em prol da democracia e por sua capacidade de articulação e de conciliação.

“É uma perda que enluta profundamente todo país. Trata-se de um extraordinário homem público cuja biografia fala por si só”, destacou Calheiros. “Ele travou o bom combate, lutando sempre pelas causas justas”, acentuou o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) o destacou como “exemplo de ética e decência deixado para as novas gerações que lutam por um país sério”. Já Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) acentuou que “além de ser um homem de trato afável, gentil e leal, era um político sério, comprometido, defensor das mais altas causas democráticas e altivo, probo e admirável”.

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), “Luiz Henrique representou um tipo raro na política, nos tempos atuais”. “Com espírito público, consciente da necessidade do Brasil encontrar um novo rumo com uma economia baseada na ciência e na tecnologia, lutando por uma política com ética, querendo justiça social, sem omitir-se”, disse.

Com 75 anos, o parlamentar morreu enquanto participava de um almoço em família. O corpo foi velado desde o início da madrugada desta segunda-feira no Centreventos Cau Hansen, em Joinville, cidade onde também foi sepultado.