Recife – Para Célio Turino, secretário de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura (MinC), os jornais de grande circulação no país aproveitam a exigência legal da publicação de editais pelo poder público para inflar preços de anúncios.

“Os veículos superfaturam o preço dos editais, porque para o anúncio privado, há descontos”, avalia. “Calculo que o governo gasta R$ 500 milhões na publicação de editais”, estima.

No anúncio da premiação de Pontos de Mídia Livre, Turino discutia formas de o governo obter recursos para financiar programas que garantissem a mídia livre como direito fundamental.

“O caminho do financiamento da mídia deveria sair do formato que tem hoje”, defendeu Turino. “Fico pensando que o governo deveria investir em um portal unificado para editais, o que economizaria recursos e permitiria financiar programas que garantissem a mídia livre como
direito básico”, propôs.

Ele citou ainda a ação de guerrilha de Mao Tse Tung e de Che Guevara como exemplo de ideias que libertas da comunicação.                                                                        

Mídia livre

Turino relembrou a construção do prêmio do Ministério da Cultura, que contemplou 82 iniciativas de comunicação compartilhada em todo o país com valores de R$ 40 mil a R$ 120 mil (R$ 4 milhões no total). Foram contemplados projetos apoiados por ONGs (68% do total de premiados) e Pontos de Cultura (32%).

A partir de uma mobilização de movimentos e veículos de comunicação compartilhada em julho de 2008 (Fórum de Mídia Livre, no Rio de Janeiro), se iniciou o debate, junto ao MinC, de uma ação pública que favorecesse veículos alternativos. Lançado em janeiro, os vencedores
foram divulgados em junho.

Uma segunda edição do Fórum de Mídia Livre está programada para
Vitória (ES), de 12 a 15 de setembro.