Em Porto Alegre

Sartori volta a lançar Brigada Militar sobre manifestantes contra ‘pacotaço’

© Guilherme Santos/Sul21 Segundo dia de protestos na praça da Matriz contra o pacote de cortes e extinções do governo Sartori. Mais uma vez, Brigada Militar agiu com bombas de […]

© Guilherme Santos/Sul21

Segundo dia de protestos na praça da Matriz contra o pacote de cortes e extinções do governo Sartori. Mais uma vez, Brigada Militar agiu com bombas de gás lacrimogêneo, cavalaria e balas de borracha

São Paulo – A Brigada Militar do Rio Grande do Sul voltou a soltar bombas de gás sobre os manifestantes na tarde de hoje (20), na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre (RS). Em sua maioria servidores do governo gaúcho e de fundações estaduais, eles protestam contra o chamado “pacotaço” do governador José Sartori (PMDB).

O governo pediu a inversão da pauta de votação, colocando na frente o projeto que extingue seis das nove fundações. O líder do governo manobrou para impossibilitar a discussão das várias emendas, restringindo assim ainda mais o debate. A operação do governo é muito forte”, disse o deputado Edegar Preto (PT).

O pacote inclui 26 projetos, entre eles a extinção de três secretarias – Esporte, Justiça e Direitos Humanos e Planejamento –, a extinção a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Investimento e de nove fundações, além de autarquias e medidas contra os direitos dos servidores, como o fim do prazo para o pagamento do 13º salário, a extinção da licença-prêmio, novas regras para o tempo de serviço e a suspensão da remuneração de trabalhadores cedidos a sindicatos.

Conforme o parlamentar, a Praça da Matriz, diante da Assembleia Legislativa gaúcha, não é mais do povo, e sim das forças policiais. “A presença desproporcional da Brigada, com a necessidade de tamanha força e violência, é porque o pacote não é bom, não traz nenhuma medida que faça a roda da economia girar”, disse.

Ele lembrou que a extinção de fundações, empresas e autarquias, que deixará mais de 1.200 servidores desempregados, vai penalizar a população mais pobre do estado, que necessita dos serviços públicos. “A economia estimada, segundo o governo, é de R$ 120 milhões por ano. No entanto, a sonegação chega a R$ 7 bilhões anuais e não há medidas para contê-la”.

Na avaliação de Edegar Preto, esse conjunto de medidas que desmonto o estado é o mais nocivo já praticado em toda a história. Nem governos mais neoliberais, como o de Antonio Brito, segundo ele, que penalizaram os servidores, trouxe “tanta maldade”.

Parlamentares da oposição tentam trancar a pauta. A votação deverá novamente avançar pela madrugada.