Operação Dakovo

PF deflagra operação contra esquema internacional de tráfico de armas

O argentino Diego Hernan Dirísio, dono da empresa IAS, sediada no Paraguai, está foragido e é considerado o maior contrabandista de armas da América do Sul

Operação Dakovo/Divulgação PF
Operação Dakovo/Divulgação PF
Em cooperação com autoridades paraguaias, a Polícia Federal deflagrou operação contra tráfico internacional de armas

São Paulo – A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (5), a Operação Dakovo, de combate ao tráfico internacional de armas. O objetivo da ação foi desbaratar “uma complexa e multimilionária engrenagem de tráfico ilícito de armas de fogo da Europa para a América do Sul”, de acordo com a PF. A empresa IAS, de Assunção, no Paraguai, importou cerca de 43 mil armas, incluindo pistolas, fuzis e munições de vários fabricantes europeus da Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

Depois de importadas da Europa para o território paraguaio, as armas eram raspadas e revendidas a intermediários que atuavam na fronteira brasileiro-paraguaia, para serem revendidas às principais facções criminosas do Brasil. Embora a PF não as tenha nomeado, sabe-se que são o Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho.

A operação foi realizada em cooperação da PF com Ministério Público Federal, Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad/PY) e cooperação com o Ministério Público do Paraguai. A PF informou que foi encontrado o local utilizado para fazer a raspagem das armas, prática dos criminosos para dificultar o rastreamento.

Principais alvos

O argentino Diego Hernan Dirísio, dono da IAS, principal alvo da Operação, é considerado pela PF o maior contrabandista de armas da América do Sul. Ele estaria no Paraguai, mas ainda não foi encontrado, de acordo com a corporação (foto: Divulgação/Interpol). Outro alvo importante da operação, Arturo Javier González Ocampo, ex-comandante da Força Aérea do Paraguai, foi preso pela PF ainda pela manhã em seu país.

A complexa quadrilha movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão de reais em três anos. No período foram realizadas 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas em dez estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.

A Justiça Federal expediu 25 mandados de prisões preventivas, seis ordens de prisão temporária e 54 mandados de busca e apreensão em três países: Brasil, Paraguai e Estados Unidos. No Brasil, os mandados foram no Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Sorocaba (SP), Praia Grande (SP), São Bernardo do Campo (SP), Ponta Grossa (PR), Foz do Iguaçu (PR), Brasília e Belo Horizonte.

Relógios, joias e veículos

Além de dinheiro e armas, as polícias apreenderam equipamentos para raspagem do número das armas e bens usados para lavagem de dinheiro, como relógios, joias e veículos. “A operação hoje realizada em parceria com o Paraguai resultou, até agora, na apreensão de 2.325 armas, entre fuzis e pistolas”, postou o ministro da Justiça, Flávio Dino, no Twitter.