Para Haddad, vida do paulistano só melhorou da ‘porta de casa para dentro’

Pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo prometeu estabelecer calendário de reunião com movimentos sociais e sindicais para construir programa de governo

São Paulo – O ministro da Educação e pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (19) que os paulistanos têm vida diferente “dentro e fora de casa”. Para ele, a cidade de São Paulo tem oferecidos serviços públicos piores a cada ano, como o transporte público.

 “A vida aqui em São Paulo melhorou da porta para dentro de casa em virtude do que estabeleceu o governo Lula. Foi um outro padrão de desenvolvimento que acabou repercutindo na vida de todos. E da porta de casa para fora, a vida talvez tenha piorado em vários sentidos”, disse Haddad, em almoço com dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

 
Para o atual ministro da Educação, foram perdidas diversas oportunidades por falta de compreensão de que programas federais poderiam ser mais bem aprovetados pela cidade. Essa falta de “compreensão republicana” por parte da administração atual, do prefeito Gilberto Kassab (PSD), impediu que iniciativas do governo central alcançassem a população paulistana.

Em ocasiões anteriores, Haddad criticou a baixa disposição da prefeitura em ceder terrenos e buscar parcerias para a construção de creches. São Paulo possui um déficit de 147 mil vagas – o que provoca  filas de espera até 2013.

O ministro havia confirmado, em entrevista a uma rádio local pela manhã, que pretende deixar o cargo em janeiro. A partir de fevereiro, com uma agenda exclusivamente de pré-candidato, ele diz que pretende voltar-se à discussão do programa de governo. A campanha eleitoral começa apenas em julho de 2012 e o prazo para que pré-candidatos se desincompatibilizem de cargos públicos é o fim de março.

Movimentos sociais

Há, na cidade, uma “intensa negativa” do poder público paulistano de não ouvir o que pensa a sociedade, na visão de Haddad. Ele prometeu incluir em seu programa de governo projetos e ideias dos movimentos sociais e sindical, para que a linha de um eventual governo não se resuma a medidas pontuais, e sim, universais. Ele prometeu estabelecer um calendário para que os debates sejam feitos durante todo o primeiro semestre do próximo ano.

 
“A cidade não suporta mais descontinuidade”, lembrou. “São Paulo ficou muito grande para admitir que não haja planejamento de Estado que dialogue com a geração seguinte. Porque hoje não se sabe o que vai ser de São Paulo daqui a 10 anos”, enfatizou o pré-candidato.

Haddad também considerou favorável a condição em que ele se apresentará candidato, citando o fato de o governo da presidenta Dilma Rousseff  terminar o primeiro ano  à frente do Brasil com recorde de aprovação – superando os primeiros anos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Henrique Cardoso.

Após o almoço com os sindicalistas, Haddad viajou para Brasília, onde tem uma reunião marcada com a presidenta Dilma na parte da tarde ainda desta segunda-feira.