Países da América do Sul se pronunciam sobre saída de Dilma
Governo do Chile se diz 'preocupado'. Argentina afirma que 'respeita processo institucional' do Brasil
Publicado 12/05/2016 - 11h41
Brasileiros na Argentina fizeram, ontem (11), ocupação simbólica no Consulado Brasileiro contra o impeachment
Opera Mundi – O afastamento da presidenta Dilma Rousseff repercutiu nos ministérios de Relações Exteriores de alguns países da América Latina. Em nota emitida na manhã de hoje (12), o Chile se diz “preocupado” com a situação do Brasil após a votação do Senado. O comunicado foi enviado da Suécia, onde está a mandatária chilena Michelle Bachelet, segundo a imprensa do país sul-americano.
“O Chile tem seguido com atenção os recentes sucedidos políticos no Brasil, país de histórica relevância econômica, diplomática e cultural para o Chile, incluindo durante o período da administração da amiga presidenta Dilma Rousseff, com a qual temos mantido excelentes relações”, afirma o comunicado.
“O governo do Chile expressa sua preocupação pelos acontecimentos dos últimos temos nessa nação irmã, que têm gerado incertezas em nível internacional, considerando a gravitação do Brasil no âmbito regional”, continua o texto.
A ministra de Relações Exteriores, Susana Malcorra, publicou no Twitter que o governo de Mauricio Macri “respeita o processo institucional” que se desenvolve no Brasil. A mensagem veio depois da decisão do Senado de admitir o processo de impeachment e afastar a presidente Dilma Rousseff do cargo.
“Tendo em conta os acontecimentos registrados no Brasil, o governo argentino manifesta que respeita o processo institucional que se está desenvolvendo. A Argentina continuará dialogando com as autoridades constituídas para seguir avançando com o processo de integração bilateral e regional. Confiamos que o desenlace da situação consolide a solidez da democracia do Brasil”, afirmam as mensagens.
Durante todo o processo de impeachment, Buenos Aires tentou manter distância da crise brasileira. Nesta quinta, o jornal La Nacion reportou que o presidente Macri acompanhou “intermitentemente, muito atento e com claros sinais de preocupação” a votação do impeachment de Dilma.
A emissora multiestatal Telesur, que acompanhou minuto-a-minuto a votação do processo, o Brasil será comandado a partir de agora por Michel Temer, que “há meses vinha preparando um projeto de governo abertamente neoliberal”.
O início do processo de impeachment, de acordo com a Telesur, “é um claro indício de que se enterra o modelo de democracia representativa e se substitui por um governo de monopólios e grupos financeiros”.