Na rua

Movimentos organizam atos para março por democracia e justiça, e em defesa da Palestina

Calendário aprovado ontem inclui atos nos dias 8 (Mulher), 14 (Marielle) e 23 (mobilização nacional)

Joédson Alves/Agência Brasil
Joédson Alves/Agência Brasil

São Paulo – Movimentos sociais reunidos nas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e partidos de viés progressista definiram um calendário para o mês de março que culminará com mobilizações no dia 23 por todo o país, com maior concentração em Salvador e São Paulo. Os atos serão em defesa da democracia e, nesse sentido, pedirão punição àqueles que tentaram atingir o Estado de direito. Ao mesmo tempo, vão lembrar do “aniversário” do golpe de 1964.

O calendário de mobilização foi definido em plenária virtual realizada pelas organizações ontem (27) à noite, com aproximadamente 130 lideranças, segundo Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP). Prevê, primeiro, manifestações pelo país no 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Prossegue no dia 14, para lembrar dos seis anos do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. Para então chegar ao Dia Nacional de Mobilização, no penúltimo sábado de março (23). Os temas principais são os seguintes:

  • Sessenta anos do golpe
  • Em defesa da democracia
  • Sem anistia para golpistas
  • Contra o genocídio na Palestina

Assim, o tema central está na defesa da democracia, “que neste momento passa pela punição aos golpistas”, lembra Raimundo. Dessa forma, não se trata de pedir prisão de ninguém, mas cobrar punições, se for o caso, depois de observado o devido processo legal. Sem anistiar quem cometeu crimes contra o Estado democrático de direito.

O coordenador da CMP avalia positivamente o governo Lula, que segue no caminho certo, mas acredita que as mudanças deveriam caminhar mais rapidamente. “A economia dá sinais (de retomada), mas tem um processo de fome, violência. As políticas públicas ainda demoram a chegar. Ainda não taxamos as grandes fortunas para valer”, diz Raimundo. Ao mesmo tempo, pondera, o governo não pode ficar à mercê de uma base parlamentar “extremamente conservadora’.

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