Marina critica adversários que consideram eleição decidida

Candidata do PV faz campanha no Mercado Municipal em São Paulo (Foto: Jéssica Souza/RBA) São Paulo- Sem citar nomes, a candidata à Presidência da República Marina Silva (PV) criticou os […]

Candidata do PV faz campanha no Mercado Municipal em São Paulo (Foto: Jéssica Souza/RBA)

São Paulo- Sem citar nomes, a candidata à Presidência da República Marina Silva (PV) criticou os candidatos que ou comemoram a vitória ou que assumem a derrota em função das pesquisas eleitorais. A alusão indireta foi voltada, respectivamente, a Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). A candidata do PV fez campanha nesta segunda-feira (23), no Mercado Municipal em São Paulo.

Segundo levantamento do Datafolha divulgado no fim de semana, a candidata verde tem 9%. Dilma Rousseff (PT) lidera com 47% seguida de Serra, com 30%. A pesquisa apontou que Dilma venceria a eleição ainda no primeiro turno, com 54% dos votos válidos. “Para aqueles que já estão cantando vitória antes do tempo e para aqueles que estão entregando os pontos antes do tempo, eu estou chamando o eleitor para a gente virar esse jogo e irmos para o segundo tempo, o segundo turno”, defendeu Marina.

Ela aproveitou a hora do almoço para tentar conquistar mais votos no local, cheio de pessoas comendo e fazendo compras. Antes de conceder uma entrevista coletiva, Marina foi questionada pelo fato de não ter comido o tradicional sanduíche de mortadela vendido no Mercado. Ela revelou ser alérgica, além de ter que “comer na hora certa”.

Cercada de jornalistas, a candidata cumprimentou trabalhadores e pessoas que se aproximavam anunciando voto à presidenciável. “Já que você ainda não pode votar, você pode fazer campanha, diga a sua mãe que encontrou a candidata do PV e que ela deve votar em Marina”, pediu a candidata a uma garota de oito anos.

Stephanie Mueller, de 19 anos, aproximou-se da candidata para dizer que não tinha tido vontade de votar para presidente, mas que, depois de conhecer Marina, fez questão de participar das eleições deste ano. A jovem explicou depois, a jornalistas, que está de mudança para o Canadá, onde completa estudos da faculdade de Relações Internacionais. “Vou votar na Marina lá do Canadá, muitos amigos meus também vão votar nela. A candidata defende o meio ambiente e ao mesmo tempo tem noção do resto, ela sabe que a economia é importante”, defendeu a jovem.

Segundo turno

A candidata defendeu o segundo turno e que os eleitores podem fazer uma escolha baseada nos debates e propostas dos candidatos. Marina comentou que, apesar das pesquisas, em todo lugar por onde ela passa, muitas pessoas declaram seu voto a ela. “O que eu vejo é as pessoas espontaneamente se mobilizando para discutir o que está faltando no Brasil. Em nome dos ganhos não se pode ser complacente com os erros”, completou.

Marina voltou a afirmar que não usará a imagem do presidente Lula de forma oportunista, porém não pode esconder sua história. “Eu tenho uma trajetória de 30 anos no PT e, destes 30 anos, boa parte foram à eleição do presidente Lula. Fiquem tranquilos, eu não vou negar a minha história, mas também não vou fazer o uso oportunista da imagem do presidente”, insistiu.

A presidenciável participa, na noite desta segunda, de um debate promovido pela TV Canção Nova e Rede Aparecida, um canal católico. Marina considera que o Brasil “é Estado laico que é bom para os que creem e também para os que não creem”. Ela declarou não ver problemas em debater assuntos ligados à religião, como a lei que proíbe símbolos religiosos em lugares públicos. Para a candidata do PV, todos os temas tem de ser tratados com tranquilidade.