eleições 2016

Mais de 100 pessoas são presas por crime eleitoral em São Paulo

Maioria dos casos ocorreu em Taboão da Serra. Na capital, um eleitor quebrou uma urna eletrônica

Paulo Pinto/ Fotos Públicas

Entre os detidos em todo o estado estão seis candidatos a vereador

São Paulo – Os casos de desrespeito à lei eleitoral em São Paulo já causaram 102 prisões até o início da tarde de hoje (2). A maioria ocorreu em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, onde 51 pessoas foram detidas por fazer boca de urna, o que é proibido pela Lei 9.504/97, conforme determina o artigo 39.

Na capital, um eleitor ficou exaltado e quebrou uma urna eletrônica, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Ricardo Vitiello, seção eleitoral de nº 246, na região do Capão Redondo, zona sul da cidade de São Paulo. Segundo boletim divulgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ele jogou o equipamento no chão e depois deu um chute, danificando a urna. Ainda em São Paulo, foram registradas outras três detenções por boca de urna.

Entre os detidos em todo o estado por infringir a lei, fazendo propaganda eleitoral estão seis candidatos a vereador: Carlão Empreiteiro (Pereira Barreto), Rubão da Vila Prado (Osasco), Banha (Santo Antônio da Posse), Cuca (Junqueirópolis), Geoz Vieira da Silva (Tupã) e professor Zé Varoli (Botucatu). Nesta última cidade, houve um caso de desacato.

A segunda cidade onde mais foram efetuadas prisões por boca de urna foi Guarulhos, a leste da Grande São Paulo, somando 24 casos. Não muito distante dessa localidade, em Mairiporã, ao norte da Grande São Paulo, duas pessoas foram presas pelo mesmo motivo.

Ações do gênero também ocorreram em Embu das Artes (cinco), Lorena (uma), Motuca (duas), Cardoso (uma), Palmital (uma), Ibaté (uma) e Itatinga. Em Itapura, um eleitor foi detido por tirar fotografia na cabine de votação.

No Rio

Até as 12h30 de hoje (2), o TRE do Rio de Janeiro já havia contabilizado a prisão de 66 pessoas, de um total de 132, flagradas cometendo irregularidades nas proximidades de algumas das 5.049 zonas eleitorais espalhadas pelos 92 municípios do estado.

Os dados constam do último balanço divulgado pelo TRE-RJ. Das 66 prisões, 14 ocorreram na capital do estado e quatro delas envolvem candidatos de partidos diversos flagrados cometendo alguma irregularidade, como a tentativa de compra de votos e a boca de urna, a infração mais comum.

Os dados foram divulgados pela diretora-geral do TRE, Adriana Brandão. Ela adiantou que, em todo o estado, 373 urnas tiveram que ser substituídas porque apresentavam algum tipo de problema, contra 402 urnas trocadas no segundo boletim divulgado pelo tribunal nas eleições de 2014.

Pleito dentro da normalidade

Para a diretora-geral, apesar das pequenas transgressões, consideradas normais em tempos de eleição, a votação no estado acontece em clima de absoluta normalidade. “O que se percebe é que tudo está acontecendo dentro da mais absoluta normalidade até agora. Até mesmo em relação à propaganda de boca de urna. As substituições de urnas são normais, mas acontecem em menor escala e nós torcemos para que tudo continue assim”.

Em relação a irregularidades, Adriana Brandão adiantou que, entre as 66 prisões já efetuadas por violações à lei eleitoral, uma ocorreu no Rio de Janeiro. No município de Levy Gasparian, o menor do estado em número de eleitores (7,7 mil), dois candidatos foram presos por violar a lei. As outras cidades onde candidatos foram detidos por violação da lei são Guapimirim, na região metropolitana; Iguaba Grande, na região dos Lagos; e Petrópolis, na região serrana, todos com um candidato detido.

Tiroteio

A diretora-geral do TRE-RJ informou, ainda, que uma troca de tiros entre traficantes, portanto sem relação com as eleições, determinou que quatro seções tivessem suas urnas transferidas de local no município de Angra dos Reis, no sul do estado.

Segundo ela, a troca de tiros danificou o transformador que fornecia energia elétrica para a Escola Municipal Sílvio de Castro Gualindo. Em decorrência, quatro urnas  foram transferidas para a Escola Municipal Coronel João Pedro de Almeida, para que o eleitor não viesse a ser prejudicado.

Com informações da Agência Brasil