Terceira idade

Lula a idosos: recriar o Ministério da Previdência e humanizar o Estado

Em reunião de construção de programa, ex-presidente reafirma compromisso com políticas públicas de valorização e dignidade da terceira idade e de aposentados

Reprodução/Youtube
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“Temos que formar muitos cuidadores e transformar isso num serviço público"

São Paulo – O candidato da coligação Brasil da Esperança, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou nesta quinta-feira (22) de encontro em São Paulo com representantes de movimentos e associações de idosos e aposentados. Após receber e ouvir propostas, o ex-presidente destacou a necessidade de humanizar a relação do Estado com a população na chamada Terceira Idade, quanto ao fornecimento de serviços, principalmente de saúde. Também lembrou que em seus governos as filas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram reduzidas. “Nenhum trabalhador demorava mais que 20 dias para receber sua aposentadoria”.

Segundo Lula, hoje há trabalhadores esperando por até quatro anos para conseguir se aposentar. “A impressão é de que a fila é porque o governo acha que quanto menos pagar, mais dinheiro sobra para ele encher o bolso do orçamento secreto”.

Acrescentou que, se for eleito, tem o compromisso de “cuidar”, sobretudo, da população idosa e de quem vai se aposentar. Citou como exemplos práticos o incentivo à alfabetização de pessoas idosas e a necessidade de o Estado oferecer, entre outros, o serviço de fisioterapia, por meio do SUS em convênios com as prefeituras. E, para isso, irá tratar a atenção à terceira idade como prioritária.

Ministério e reformas

“Então nós vamos recriar o Ministério da Previdência Social. No meu partido a gente tem cota de participação para jovem, para mulher, para negro. Tudo tem cota. E não tem cota para nós (idosos). Nós já somos uma parte muito importante da nação brasileira, e que bom que seja assim”, concluiu.

“Temos que formar muitos cuidadores e transformar isso num serviço público. Por isso falamos uma reforma tributária”, afirmou. A ideia, explicou Lula, é que o governo crie fontes de financiamento para serviços aos idosos como esse, já que boa parte das pessoas não podem pagar por ele.

O ex-presidente também falou sobre a necessidade de a Farmácia Popular “voltar”. Na proposta de Orçamento para 2023 do governo de Jair Bolsonaro (PL) encaminhada ao Congresso Nacional, a proposta é cortar em 59% as despesas do programa, e em 50,7% o Mais Médicos. Isso pode inviabilizar a distribuição gratuita de medicamentos aos mais pobres e o atendimento médico em regiões mais distantes do país.

Tal corte restringiria o acesso da população a 13 tipos de princípios ativos de remédios usados no tratamento de diabetes, hipertensão e asma, além de produtos como fraldas geriátricas, entre outros. “Muita coisa foi destruída (por Bolsonaro). Remédio que toma de forma contínua tem que ser dado de graça às pessoas”, disse Lula.

Alerta para violência

Aos idosos e aposentados, Lula também alertou para possíveis provocações e mesmo violência bolsonarista no dia da eleição, em 2 de outubro. “É importante ficar muito atento, porque pode ter provocação, pode ter gente que não quer que a eleição transcorra com paz e tranquilidade. A gente vai ter que mostrar que esse país pode voltar a ser diferente.”

Na terça-feira (20), pesquisador do instituto Datafolha foi agredido com chutes e socos por um apoiador de Jair Bolsonaro (PL). O ataque aconteceu em Ariranha, no interior paulista. O profissional entrevistava uma pessoa quando o bolsonarista Rafael Bianchini se aproximou e começou a gritar “só pega Lula” e “vagabundo”, passando a espancá-lo e, em seguida, o ameaçar com uma faca.

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