Faltam 9 dias

Lula, em Juiz de Fora: ‘Vamos ganhar em Minas, estado da independência’

Ex-presidente expressou confiança em todo o eleitorado da terra da Inconfidência Mineira e seu sentido de busca da ruptura com a opressão e o atraso. A referência foi ao apoio do governador reeleito Romeu Zema (Novo) a Bolsonaro (PL)

Reprodução
Reprodução
Multidão com Lula nas ruas de Juiz de Fora

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na tarde de hoje (21), em Juiz de Fora (MG), que está confiante de que voltará a vencer em Minas Gerais neste segundo turno, que será disputado no próximo dia 30, apesar do apoio do governador reeleito Romeu Zema (Novo) ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). O petista venceu no estado com 48,29% dos votos (5.802.571) e o atual presidente obteve 43,60% (5.239.264).

“No primeiro turno o governador deste estado não usou o Bolsonaro de jeito nenhum porque as pesquisas mostravam que 40 a 48% dos eleitores dele votavam em mim. Então, para não perder o voto dos meus eleitores, ele fingia que não tinha candidato, se fazia de neutro. Mas passou o primeiro turno e ele se definiu para o outro lado. É um erro político muito grave, porque é mentir para a sociedade, tentar enganar a sociedade o que ele fez. Mas nós vamos ganhar as eleições em Minas Gerais, o governador apoiando ou não, porque esse aqui é o estado da independência”, disse Lula.

O candidato da coligação Brasil da Esperança referia-se ao episódio da Inconfidência Mineira, movimento de libertação da colônia portuguesa organizado antiga cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto. Com todo o seu sentido de busca da ruptura com a opressão e o atraso relacionado à submissão do país à Coroa, seu maior símbolo é Tiradentes, condenado à morte e enforcado em 21 de abril de 1792.

Ao lado da prefeita do município, Margarida Salomão (PT), da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) e a senadora Simone Tebet (MDB-MT), além do presidente do Psol, Juliano Medeiros, Lula lembrou que nunca perdeu eleição no município. E destacou que, nas urnas, o povo de Minas Gerais vai levar em consideração também que a sua candidatura, na verdade, não é só dele.

Lula destaca apoio de frente ampla

“Mas de dez partidos políticos, de uma parte significativa da sociedade brasileira, com muita gente boa, intelectuais, pessoas da área sindical, que estão nos apoiando embora não sejam petistas. E essas pessoas estão me apoiando porque acreditam na democracia e na capacidade do governo de executar um programa que seja o melhor possível para o povo brasileiro, sobretudo o povo que mais necessita”.

Lula reforçou as duras críticas que têm feito a Bolsonaro, que “não trabalha mais e vive em campanha eleitoral” e principalmente às políticas do governo bolsonarista – ou falta delas. É o caso do desastre na economia, cujos resultados são a carestia, com preços elevados de alimentos, inflação, fome, pessoas endividadas como nunca antes e a manutenção da tabela de desconto do imposto de renda.

O petista criticou também a condução da saúde, os cortes orçamentários na educação e os programas eleitoreiros. “Bolsonaro não queria dar auxílio de R$ 600. Queria dar só R$ 200“, lembrou. Voltou a dizer que, se eleito, manterá o benefício nesse valor. E o Auxílio Brasil voltará ser articulado com um conjunto de outros programas de inserção social, a exemplo do Bolsa Família, atralado à vacinação das crianças, realização do pré-natal, frequência escolar e outros.

E defendeu a educação. “A gente precisa parar de achar que educação é gasto. É investimento. Nos nossos governos, triplicamos o orçamento no setor, ampliamos o número de universidades e institutos federais. E hoje muitas delas correm o risco de não ter como pagar a conta de luz”.

Redação: Cida de Oliveira