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Gatilho salarial é ‘falta de assunto’, diz ministro do Trabalho

Manoel Dias, do mesmo partido de Paulinho da Força, autor da proposta de gatilho, diz que com aumento nos indicadores econômicos e sociais, não tem como fazer crítica ao governo

Para o ministro Manoel Dias, governo está ‘muito forte’ no controle da inflação (Foto: Marcelo Ramos/Fundacentro)

São Paulo – O ministro do Trabalho Manoel Dias afirmou hoje (2) que a proposta de um “gatilho salarial” trimestral para recompor supostas perdas inflacionárias dos trabalhadores, feita pelo deputado federal e presidente da Força Sindical Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), não passa de “falta de assunto”. Paulinho, como o sindicalista é conhecido, é do mesmo partido do ministro, que faz parte da base governista da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Dias já havia rechaçado a proposta ontem, durante evento de 1º de Maio da própria Força. Hoje voltou a falar sobre o tema após participar da cerimônia de posse da nova presidenta da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Maria Amélia Gomes de Souza Reis, em São Paulo.

“Isto é falta de assunto. Não tem como fazer crítica ao governo. Nós estamos avançando, o país hoje é outro. Nós últimos dez anos os indicadores econômicos e sociais são enormes, são espetaculares”, disse.

Segundo Dias, nos últimos anos os reajustes de salários e do salário mínimo têm ficado acima da inflação, o que não justificaria adotar uma proposta de gatilho salarial no momento.

“O emprego tá crescendo. No mês de março tivemos o maior crescimento no emprego no governo da presidenta Dilma. Esta proposta, nenhuma das outras centrais defende. É proposta, os trabalhadores têm que propor, mas, quem entende do assunto diz que ela pode ser uma estimuladora (da inflação) e a inflação está sob controle. O governo está muito forte no controle”, disse.

Fundacentro

Dias afirmou que é preciso prestigiar a Fundacentro. “Prestigiar e criar condições. Nós temos aqui, hoje, pesquisa de ponta, que não perdem para nenhum outro lugar do mundo. Precisa ter apoio político e de gestão.

Ele também afirmou que a fundação precisa ser mais conhecida, tanto no Brasil como no exterior. A nova presidenta da fundação afirmou ontem ao tomar posse que pretende adotar uma política de internacionalização da Fundacentro por meio de convênios e parcerias.

“Vamos nos arriscar, vamos partir para as instituições internacionais que têm interesse nas questões que trabalhamos, que são a saúde e a segurança do trabalhador, e buscar a assinatura de convênios”, disse Maria Amélia após tomar posse hoje em São Paulo.

Segundo ela, internamente a intenção é estimular a atuação junto às universidades e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), para fortalecer a Fundacentro como instituição de ciência e qualidade com mais mestrados e cursos de doutorado, bem como estimular os convênios e parcerias com organismos de outros países.