Fernando Bezerra nega irregularidades e diz que não favoreceu estado natal

Ministro nega também que não favoreceu seu filho, deputado federal, no repasse de emendas. Para ele, ataques têm o PSB como alvo

Bezerra explicou que os repassem não são feitos apenas com estudos do ministério, mas também com base nos cálculos feitos pelo grupo de acompanhamento do PAC (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, afirmou nesta quinta-feira (12), em ida voluntária ao Congresso Nacional, que não favoreceu seu estado de origem, Pernambuco, na distribuição de recursos públicos para o enfrentamento de catástrofes naturais.

Segundo ele, em 2011 foram empenhados R$ 2,2 bilhões do governo federal para prevenção de catástrofes, sendo que a Região Sudeste ficou com 56%; o Nordeste, com 24%; o Sul, com 11%; o Norte, com 5% e o Centro-Oeste, com 4%. Entre os estados, de acordo com o ministro, São Paulo recebeu 26%; o Rio de Janeiro, 18%; Minas Gerais, 11% e Pernambuco, 9%. Do total de R$ 2,2 bilhões, apenas 12% dos recursos eram do Ministério da Integração. E Bezerra não informou qual parcela desses 12% ficou com Pernambuco.

“Quero aqui explicar que o Ministério da Integração, ao tomar essa decisão dos R$ 70 milhões o fez com base em estudos feitos não somente dentro do ministério, mas também do grupo de acompanhamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Não havia dotação dentro do PAC para iniciarmos a obra dessas barragens, então o governo determinou que se utilizassem os recursos da defesa civil para que as obras fossem licitadas. Foi uma decisão embasada em apontamentos técnicos”, declarou Bezerra.

As acusações contra Bezerra começaram com a informação de que ele teria destinado a seu estado de origem, Pernambuco, 90% das verbas contidas no orçamento do ministério da Integração destinadas à prevenção de enchentes. Surgiram ainda denúncias publicadas pela velha mídia de que ele teria beneficiado seu filho, deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), com liberações mais generosas de emendas parlamentares oriundas da pasta.

Bezerra disse ainda que Fernando Coelho não foi privilegiado pelo fato de 100% das suas emendas ao Orçamento de 2011 no âmbito do ministério terem sido empenhadas, já que isso aconteceu também com outros 53 parlamentares.

De acordo com o ministro, o ministério destinou R$ 283,6 milhões para emendas individuais. Parlamentares do PMDB receberam 33% desse valor; do PT, 15%; do PSDB, 10%; do DEM, 8%; do PR, 8% e do PP, 6%. Segundo ele, 221 parlamentares apresentaram emendas, e 138 tiveram as suas emendas empenhadas.

A comissão representativa do Congresso Nacional, que atua durante o recesso parlamentar para deliberar quando deputados e senadores estão ausentes, foi convocada pelo presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), a pedido do próprio ministro. Bezerra pediu para ser ouvido pela comissão quando as denúncias sobre sua atuação à frente do Ministério da Integração Nacional começaram a ser veiculadas pela imprensa.

PSB

Bezerra sugeriu, durante a reunião, que os ataques têm como alvo não ele, mas sim seu partido, o PSB, aliado histórico do governo petista. A reunião na comissão representativa contou com aproximadamente 50 parlamentares, número acima dos 16 convidados oficialmente. Os principais líderes de partidos aliados compareceram à audiência para defender o ministro da Integração Nacional, que é ligado ao presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, importante aliado na eleição da presidenta Dilma Rousseff no ano passado.

Com informações da Agênca Câmara e Reuters