Desinformação

Exército afasta militares que emitiram falso alerta em Canoas

Comando Militar do Sul reconheceu que militares comunicaram “erradamente” a necessidade de evacuação do bairro Mathias Velho, após receberem informação não confirmada sobre o rompimento de um dique

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Matias Velho, em Canoas, é uma das regiões mais afetadas pelas enchentes dos últimos dias

São Paulo – O Exército Brasileiro afastou nesse domingo (26) militares que divulgaram um falso alerta para que moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, evacuassem a área por risco de inundação. No final da tarde de ontem, os militares repassaram à população a informação de que um dique tinha se rompido e que as águas inundariam a região. Assim passaram a orientar os moradores a saírem das suas casas, disseminando o pânico na população.

A estrutura de contenção, no entanto, não se rompeu. Posteriormente a prefeitura de Canoas desmentiu a informação. Logo depois o Exército reconheceu o erro. Os militares, integrantes da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, participavam da operação Taquari 2, e não tiveram suas identidades reveladas.

Em nota, o Comando Militar do Sul do Exército classificou o episódio como um “grave erro de procedimento”. “Militares que atuavam no Bairro Mathias Velho, souberam, sem confirmação, que um dique havia se rompido e imediatamente passaram a comunicar erradamente aos moradores da necessidade de evacuação das áreas consideradas em risco”.

A Força informou que adotou “medidas administrativas” para “apurar rigorosamente os fatos”. Além disso, manifestou solidariedade aos moradores atingidos pela desinformação e pediu “sinceras desculpas” pelo ocorrido.

Na semana passada, a Advocacia Geral da União (AGU) e as principais plataformas digitais assinaram um acordo para combater a divulgação de informações falsas sobre as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul pelas redes sociais.

De acordo com a Defesa Civil gaúcha, 169 pessoas já morreram em função das enchentes e inundações que atingem o estado. Outras 56 ainda estão desaparecidas. Ao mesmo tempo, 581.638 pessoas estão desalojadas e 55.813 estão em abrigos.