Dez anos

Dilma: ‘Bolsa Família colocou o Estado brasileiro ao lado do cidadão’

Segundo a presidenta, programa é 'símbolo de transformação pacífica para os esquecidos e desassistidos'

Roberto Stuckert Filho/PR

De acordo com a presidenta, duas palavras resumem o programa e seu êxito: ‘simplicidade e invenção’

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (30), durante celebração dos dez anos do Bolsa Família, no Museu da República, em Brasília, que o programa representou uma ação transformadora e pacífica do país. “O programa veio para marcar a saída do Brasil da miséria. Conseguimos colocar o Estado ao lado do cidadão”, destacou.

A presidenta aproveitou para fazer uma homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Foi a sensibilidade de um homem que reconheceu e viu a importância da sua mãe na vida da família quando criança que o levou a pensar num programa com essa amplitude e na decisão de entregar os recursos para as mães das famílias”, enfatizou.

De acordo com Dilma, o programa superou muitos obstáculos, mas se transformou em uma importante tecnologia social desenvolvida pelo país. “É o maior programa de transferência de renda do mundo, baseado em uma moderna tecnologia social: cadastro das pessoas, primeiro; pagamento por cartão; recebimento direto sem intermediários. Isso evita clientelismo. Representa uma transformação social e apaixonada, que contou com os nossos corações. Dez anos atrás, quando a mais grave questão social do Brasil foi enfrentada pelo ex-presidente Lula, criamos um símbolo de transformação pacífica para os esquecidos e desassistidos. O fim da miséria é apenas um começo”, afirmou.

“O Brasil se tornou mais Brasil depois do Bolsa Família, porque começou a unir territórios díspares, desiguais e isolados, o que ampliou o ambiente de esperança, um ambiente em que um futuro de oportunidades passou a ser possível”, disse Dilma.

De acordo com a presidenta, duas palavras resumem o programa e seu êxito: “simplicidade e invenção”.

Desmontando mitos

O livro que mapeou, pela primeira vez, os dados do programa Bolsa Família, e está sendo lançado em meio às homenagens ao programa – cujos dados principais foram divulgados esta manhã – é dividido em três partes. Engloba a contribuição do programa para as políticas sociais; o perfil das famílias beneficiadas, bem como os resultados e impactos do Bolsa Família; e os desafios e perspectivas para os próximos anos.

O programa atende 13,8 milhões de famílias em todo o país, o que corresponde a um quarto da população brasileira, segundo livro do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), que compilou e cruzou dados do Bolsa Família com os de indicadores sociais e econômicos.

A publicação desmonta alguns mitos sobre o programa, como o de que as famílias teriam mais filhos para receber mais dinheiro do governo ou de ficariam acomodadas com o benefício e não procurariam emprego.

Segundo o livro, houve queda nos índices de fecundidade entre as faixas de renda mais pobres, e os indicadores de ocupação e procura por emprego são muito semelhantes entre beneficiários e não beneficiários.

Extraordinário

Também falou durante a solenidade de hoje o presidente da Associação Internacional de Seguridade Social (Issa, na sigla internacional em inglês),Errol Frank Stoové.

A entidade concedeu ao governo brasileiro, 15 dias atrás, o prêmio Award for Outstanding Achievement in Social Security, como reconhecimento ao sucesso do programa Bolsa Família no combate à pobreza e na promoção dos direitos sociais da população mais vulnerável do país.

Depois de chamar a iniciativa de extraordinária, o representante da Issa afirmou que o programa “ajudou a aumentar a igualdade no Brasil” e espera que outros governos sintam-se incentivados a acompanhar a experiência brasileira e a implantar iniciativas semelhantes mundo afora.

Com informações da repórter Hylda Cavalcanti