reta final

Debate terá pouca influência sobre indecisos devido a formato e horário, diz Marcos Coimbra

Sociólogo Marcos Coimbra minimiza impacto que o debate da Globo possa ter no resultado da eleição para presidente

Guilherme Schiavinato/Divulgação/TV Globo
Guilherme Schiavinato/Divulgação/TV Globo
No debate desta quinta, os candidatos serão posicionados no estúdio por ordem alfabética do primeiro nome

São Paulo – Em entrevista ao Jornal PT Brasil, o sociólogo e fundador do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, destacou o papel dos indecisos no primeiro turno da eleição presidencial, no próximo domingo (2). Por outro lado, ele minimizou o impacto no pleito do último debate entre os candidatos, na TV Globo, nesta quinta-feira (29). “Nunca acredito muito na influência dos debates”, disse.

Segundo a pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira (26), 13% dos eleitores estão indecisos sobre o candidato a presidente, considerando a consulta espontânea, que é mais precisa para o quesito. Desses 13%, 70% são mulheres, 49% estão na região Sudeste e 60% têm renda familiar de até dois salários mínimos.

Devido a esses números, as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) estão travando a batalha mais aguda no Sudeste, nesta última semana. A região concentra 43% do eleitorado do país.

Formato e horário do debate

Coimbra criticou o formato e o horário do debate da Globo. “A imensa maioria das pessoas que assistem ao programa são as que tendem a ter nível de decisão alto. Acompanham política, estão informadas e vão ver o debate. Os mais indecisos têm menos interesse e informação, e dificilmente vão estar acordados.” O confronto da Globo começa às 22h30 e tem previsão de acabar à 1h30.

São poucas as pessoas que aguentam o horário “e essa maratona”, acrescenta Coimbra. “Nos Estados Unidos é diferente. O debate é feito em rede, às oito da noite, com ampla divulgação do que vai ser tratado. E basicamente com dois candidatos que efetivamente estão disputando.”

Mesmo assim, na opinião do sociólogo, o confronto pode ser uma oportunidade para esclarecimento de parcela das pessoas indecisas, e Lula tem chance de se eleger no primeiro turno.

“Temos um governo muito ruim, muito mal avaliado pelas pessoas. Elas querem mudança e há uma opção, que é voltar o melhor presidente que já tivemos”, diz. Para ele, a população enfrenta problemas muito graves, como “fome, desemprego, doenças, falta de escola, de moradia, transportes caóticos”.

Ordem alfabética

No programa desta quinta da Globo, de acordo com as regras, os candidatos serão posicionados no estúdio por ordem alfabética do primeiro nome. Da esquerda para a direita estarão Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Luiz Felipe D’Ávila (NOVO), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

Foram convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares e sem impedimento na Justiça eleitoral ou Justiça comum

O confronto terá quatro blocos, o primeiro e o terceiro com temas livres; o segundo e o quarto com temas determinados. Ao final do quarto bloco, cada candidato fará suas considerações finais.

Entretanto, não haverá mais campanha eleitoral em horário obrigatório no rádio e na TV. Assim, como oficialmente a campanha termina hoje e, portanto, a repercussão se dará na redes sociais.

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