Política internacional

Dilma afirma que Brasil aposta em integração, e não em protecionismo, contra a crise

Presidenta cobra reforma na ONU, no Banco Mundial e no FMI, e diz que órgãos carecem de representatividade

Para Dilma, Brasil é reconhecido como um país democrático, bem sucedido em reduzir a pobreza

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (17), durante cerimônia de formatura de embaixadores do Instituto Rio Branco, em Brasília, que o Brasil optou por fortalecer a integração com outros países na crise econômica internacional, em vez de adotar políticas de protecionismo e isolamento.

“Com crise, não propomos o isolamento e o protecionismo, mas a cooperação, ampliando e fortalecendo os laços regionais”, disse. “Definimos uma visível e importante cooperação para América Latina e África, todas iniciativas para fortalecer Mercosul e construir a afirmação de projeção regional, que é a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), que teve um papel democrático, estabilizador.”

Ela afirmou que a cooperação entre países do hemisfério sul foi fortalecida, apesar de “não termos nos afastado de nenhum dos países desenvolvidos”. “São países com o mesmo padrão do Brasil: continentais e que também emergiram para o desenvolvimento, como é o caso dos Brics (sigla que se refere a Brasil, Rússia, Índia, China), com os quais o Brasil estabelece uma relação de cooperação.”

Durante o discurso, ela cobrou ainda a reforma dos principais órgãos multilaterais do planeta, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), para que reflitam a “nova configuração de forças”. Dilma afirmou ainda que a distribuição de poder na ONU reflete a estrutura da primeira metade do século passado.

“Esses princípios nos mostram que a governança mundial necessita de urgente e profunda reforma, seja como o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial, o [conceito de] Bretton Woods [acordo firmado em 1944 com o objetivo de assegurar a estabilidade monetária einternacional], que se reflita  nesses organismos a nova configuração de forças e também nas próprias Nações Unidas, o Conselho de Segurança, hoje muitas vezes carente de representatividade e legitimidade para defender a paz mundial”, disse a presidenta.

Ela reforçou que o Brasil tem sido respeitado no cenário internacional “pelo clima de respeito mútuo”, “aprofundamento da democracia” e “combate à pobreza”. Ela reforçou, ainda, que a América Latina tem um importante papel na política internacional “aprofundando relações econômicas, relações comerciais, defesa, dialogo e articulação política, fazendo com que essa região seja capaz de solucionar seus problemas e não necessite de intervenção externa a ela”.