Extremistas

Bolsonarista que tentou explodir bomba em Brasília revela ‘pressão da extrema direita’

CPI dos Atos Antidemocráticos da Assembleia Legislativa do Distrito Federal interrogou bolsonaristas presos por tentativa de atentado

Joedson Alves/ABr
Joedson Alves/ABr
Santos disse que agiu porque Bolsonaro o fez acreditar que haveria "fraude nas urnas eletrônicas"

São Paulo – A CPI dos Atos Antidemocráticos da Assembleia Legislativa do Distrito Federal segue com oitivas de personagens importantes do dia 8 de janeiro. Hoje (29) os parlamentares distritais ouviram o bolsonarista Alan Diego dos Santos. O apoiador radical do ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos extremistas que tentou explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal do ano passado.

O atentado terrorista teria como função “combater o comunismo”. Ainda de acordo com ele, houve ameaças para que ele realizasse a tentativa de atentado. Questionado durante a oitiva, ele confirmou que as ameaças vieram “da extrema direita política”.

No depoimento, Santos disse que agiu porque Bolsonaro o fez acreditar que haveria “fraude nas urnas eletrônicas”. De fato, o ex-presidente repetiu inúmeras vezes ataques mentirosos contra a democracia e contra o sistema eleitoral brasileiro. Inclusive, por este motivo, é alvo de processos que devem deixá-lo inelegível por, no mínimo, oito anos.

O terrorista confesso também passou por um momento engraçado, que chamou a atenção das redes sociais. Santos disse que a razão de toda mobilização, da tentativa de ataque terrorista, dos acampamentos golpistas na frente dos quartéis, teria como motivo “acessar o código fonte das urnas”.

Código fonte

Então, o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), questionou: “O que é código fonte?”. O bolsonarista respondeu: “É isso que eu queria saber”. Chico retrucou: “O senhor sabe o que é código fonte?”. Então o radical sentenciou: “Eu não sei o que é código fonte”.

Terroristas bolsonaristas

Santos admitiu que transportou a bomba, que explodiria próximo a tanques de combustíveis no aeroporto. Condenado por tentativa de atentado, ele disse que agiu sob orientação de George Washington. O outro extremista bolsonarista já compareceu à CPMI do Congresso, que também investiga as ações golpistas dos bolsonaristas em âmbito federal. Hoje, ele também esteve na Assembleia do DF. Nas duas oportunidades, ficou em silêncio.

“Quem orientou a colocar a bomba foi o George Washington. Então, nunca neguei nada de fatos com delegados. No depoimento que eu dei, eu [afirmei que] levei o artefato ao caminhão. Não instalei, não sei mexer com isso aí. Ninguém instala alguma coisa que está pronta. Quem aprontou foi o George Washington”, disse Santos.