São Paulo – O novo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a decisão anunciada nesta quinta-feira (6) de taxar os bancos em 60% do que exceder determinado patamar da posição vendida é “prudencial”, já que na visão do BC essa posição estava superdimensionada em relação ao tamanho do mercado. Posição vendida indica a realização de negócios que incluam entrega futura de dólar. A medida vale a partir de 4 de abril.

Segundo Tombini, ainda que esteja retornando a níveis pré-crise, o cenário internacional se mostra volátil, o que exige medidas para assegurar a estabilidade financeira. “É importante lembrar que uma tendência de curto prazo não quer dizer que ela vá estender por muito tempo, e isso vale para a tendência do câmbio”, afirmou, em sua primeira entrevista coletiva após substituir Henrique Meirelles.

“A medida visa redimensionar o tamanho da venda de câmbio à vista. Em dezembro passado, as somas das posições vendidas do sistema alcançaram US$ 16,8 bilhões. Hoje, nós temos um mercado à vista que alcança valores diários de até US$ 2 bilhões”, comparou Tombini. Ele observou que o ambiente internacional é de ampla liquidez, mas pregou cautela por parte dos agentes financeiros, já que uma tendência pode mudar de forma repentina.

Nesta quinta, o dólar fechou em alta de 0,77%, cotado a R$ 1,688.

Sobre o esforço fiscal do governo  para ajudar na política de metas de inflação, ele observou que a questão fiscal tem impacto nas informações com que o BC trabalha para definir sua política de juros. “Não há mais credibilidade de que um pouco mais de inflação traga um pouco mais de crescimento”, afirmou, sustentando o fator de que a inflação baixa é condição necessária para ajudar no crescimento do país. Motivo pelo qual levou o BC a adotar tais medidas cambiais, visando à queda da moeda estrangeira.