Rio de Janeiro

Em debate, Cláudio Castro esconde Bolsonaro e é vinculado a cargos fantasmas

“Eu quero saber se o senhor conversa com fantasmas”, disse Marcelo Freixo ao governador. Rodrigo Neves falou da “pior crise social e econômica do RJ”

Divulgação/Band
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Freixo, Ganime, Neves e Castro participam do primeiro debate na disputa pelo governo do Rio de Janeiro

São Paulo – Em debate entre os principais candidatos ao governo do Rio de Janeiro, realizado pela Band na noite de ontem (7), o governador Cláudio Castro (PL), candidato à reeleição, teve que responder sobre o escândalo envolvendo o Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio (Ceperj). “Eu quero saber se o senhor conversa com fantasmas, porque o dinheiro gasto nesse crime, R$ 226 bilhões, pagaria 8 mil e 500 professores”, quis saber o candidato Marcelo Freixo (PSB).

Castro respondeu que “não existe fantasma algum se a pessoa tem que ir ao banco para receber”. Segundo o governador, “todas essas pessoas tiveram que dar nome e CPF para receber no banco, então, não existe essa questão de fantasma. Fantasma seria se a pessoa não tivesse ido ao banco”.

De acordo com reportagens do portal UOL, o atual governo fluminense teria criado cerca de 20 mil cargos secretos. O termo “fantasma” se refere ao fato de que funcionários contratados para esses cargos pela Fundação Ceperj sacaram R$ 226,4 milhões em dinheiro no Banco Bradesco. “Você é culpado pelos fantasmas ou incompetente que não viu as pessoas ao seu lado roubando?”, provocou Freixo. Além dele e de Castro, participaram do debate o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) e o deputado federal Paulo Ganime (Novo).

Bolsonaro e pandemia

Bolsonarista, Cláudio Castro não mencionou o presidente da República durante o debate. “Amanhã, muita gente vai para internet. Eu vou acordar de manhã e trabalhar para cuidar da sua vida”, disse o governador. Freixo “linkou” o chefe do Executivo a Bolsonaro. “O Rio de Janeiro, talvez por sua proximidade com o Bolsonaro, foi onde mais morreu gente na pandemia”, disse o socialista.

Ganime também destacou a postura ambígua de Castro em relação a Bolsonaro. “O partido do vice dele (MDB) declarou apoio a Lula. É estranho tudo isso”, afirmou o deputado. O governador do Rio foi pressionado pelo bolsonarismo, sem sucesso, a mudar Washington Reis (MDB) da vice em sua chapa. Na semana passada, o MDB fluminense aprovou o apoio a Lula, abandonando a candidata do partido, Simone Tebet (MDB).

Rodrigo Neves falou da “pior crise social e econômica que o Rio de Janeiro vive”. “Hoje, 3,5 milhões de cariocas e fluminenses vão dormir sem saber se sem saber se vão tomar café da manhã, almoçar ou jantar porque estão na pobreza, no desemprego e na fome”, disse o pedetista. “O governo Cláudio Castro é uma tragédia. É o governo da continuidade do ex-juiz Witzel, o governo da má gestão, o governo da inexperiência, do desaso, do despreparo”, enfatizou.

Cláudio Castro ignorou a realidade do estado, onde as mortes provocadas pela polícia estadual foram naturalizadas, e disse, dirigindo-se ao eleitor: “Você olha para a sua rua aí e vê o Segurança Presente (programa de segurança pública do governo). Eram duas bases, são 42 hoje. Você está vendo segurança pública, você está vendo polícia na rua”.

Só no último dia 22 de julho, uma operação policial no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, deixou 18 mortos: um policial, uma civil e 16 “suspeitos”.

“Hoje, 3,5 milhões de cariocas e fluminenses vão dormir sem saber se vão tomar café da manhã, almoçar ou jantar porque estão na pobreza, no desemprego e na fome. O governo Cláudio Castro é uma tragédia. É o governo da continuidade do ex-juiz Witzel, o governo da má gestão, o governo da inexperiência, do desaso, do despreparo, da falta de compromisso com o povo”, disse o ex-prefeito de Niterói.

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