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‘Batem no Bolsonaro, mas elogiam as barbaridades do Guedes. Essa é a cara do Brasil’, afirma Requião

Ex-senador e ex-governador do Paraná foi o convidado do jornalista Juca Kfouri no programa “Entre Vistas”, da TVT. Ele deixou o MDB no início do mês

reprodução/tvt
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"Bolsonaro concedeu post mortem o título de marechal para o coronel Brilhante Ustra. O assassino da ditadura. Marechal"

São Paulo – O jornalista Juca Kfouri recebeu no programa Entre Vistas, da TVT, o ex-governador do Paraná e ex-senador Roberto Requião. O político conversou sobre a situação do país e escândalos envolvendo o governo Bolsonaro, entre outros temas. Requião deixou no início do mês o MDB, partido que integrou desde a oposição à ditadura civil-militar (1964-1985). Ele criticou o alinhamento do partido com o governo e agora busca nova legenda. Já surgiram convites de PT e PDT, entre outras.

“Sou um guerreiro. Genéticamente, um quadro da esquerda brasileira. Meu bisavô, sergipano, fundou o primeiro partido socialista no Brasil no dia seguinte da proclamação da República. Meu pai era militante. Eu herdei essa vocação (…) Não sou briguento, insisto em princípios. E governei sempre desta forma. Nunca mudei discurso por conta de eleição. A melhor maneira de fazer política é dizer nossa verdade. Continuo na luta por um projeto de construção nacional, por um país soberano e independente”, disse o político.

Governo militar

Requião definiu características do país que considera problemas históricos, como as pensões abusivas e vitalícia de filhas solteiras de militares. Neste contexto, estão privilégios e distorções de integrantes do Exército, exacerbadas no atual governo.

“Essa é a cara do Brasil. Pior ainda do que as filhas dos militares é o fato de que Bolsonaro concedeu post mortem o título de marechal para o coronel Brilhante Ustra. O assassino da ditadura. Marechal. As filhas estão recebendo mais de 15 mil reais. Nada contra as filhas do Ustra, mas essa atitude é uma afronta à memória nacional, dos que lutam, que lutaram, deram a vida por um país melhor. É duro ter que engolir”, criticou.

Para o político, o que assusta é a ausência de crítica por parte da sociedade e da mídia comercial. “Batem no Bolsonaro, mas elogiam as barbaridades do Paulo Guedes (ministro da Economia). O resultado é que temos aquela barbaridade do desfile de tanques (…) Tanques absolutamente ridículos, dos anos 1960. Para amedrontar o Centrão. Que ilusão. O Centrão não é amedrontável, ele é comprável. Parecia fumacê de combate à dengue. Eu pensei que Bolsonaro enfim deu uma utilidade para os tanques do Exército, combater a dengue”, ironizou.

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