sul da ucrânia

Rússia anuncia rendição de 265 combatentes pela Ucrânia em Mariupol

Tomada de Azovstal, na prática, põe fim à defesa ucraniana da estratégica cidade portuária e garante ligação russa com Crimeia e Donbass

Aleksei Kudenko/ Sputnik
Aleksei Kudenko/ Sputnik
A siderúrgica Azovstal, em Mariupol, ou o que restou do complexo, último refúgio de forças ucranianas na cidade

São Paulo – Na manhã desta terça-feira (17), a Rússia anunciou a rendição de 265 combatentes na siderúrgica Azovstal, último reduto de resistência ucraniana na cidade de Mariupol, no sul do país. Militares das forças regulares de Kiev, combatentes neonazistas do Batalhão Azov e mercenários estavam cercados no complexo e depuseram armas, de acordo com o Ministério da Defesa russo. Segundo o major-general Igor Konashenkov, 51 militares foram retirados do local gravemente feridos.

A estratégica cidade portuária de Mariupol foi disputada ferozmente pelas forças de Moscou e Kiev. A Rússia mirou a região desde o início da guerra e há muitas semanas a havia sitiado. A tomada de Azovstal, na prática, põe fim à defesa da cidade pelos ucranianos. A cidade – que já estava dominada desde abril – não foi brutalmente disputada à toa.

Sua posição geográfica ao sul garante a ligação com a Crimeia (anexada pela Rússia em 2014), e a Donbass, onde ficam as autodeclaradas repúblicas de Luhansk e Donetsk, controladas por separatistas pró-Rússia. O porto da cidade, no Mar de Azov (porção do Mar Negro) é escoadouro de exportação de aço, carvão e milho da Ucrânia e ficará sob domínio russo, caso o domínio se mantenha

Durante todo o conflito, os russos acusaram os combatentes em Mariupol de serem neonazistas e fazerem civis de escudos humanos, ocupando edifícios da cidade a partir do alto, enquanto aprisionavam pessoas da população nos andares inferiores e porões, segundo as forças de Moscou. O quartel-general do Batalhão Azov, reconhecidamente neonazista, ficava em Mariupol.

“Bestas nazistas”: pena de morte?

Em sessão nesta terça-feira, membros da Câmara Baixa do parlamento russo, a Duma, defenderam consensualmente que membros do Azov não devem ser incluídos na lista de possíveis trocas de prisioneiros entre os dois países. O presidente da Duma, Viacheslav Volodin, afirmou que “criminosos nazistas não devem ser trocados”. “Devemos fazer de tudo para levá-los à Justiça”, acrescentou.

Volodin foi apoiado por Leonid Skutski, presidente do Comitê de Assuntos Internacionais, que, via Telegram, pediu pena de morte para esses combatentes. “As bestas nazistas em forma humana devem receber a punição mais severa. Eles são criminosos de guerra”, justificou. Skutski propõe “abrir uma exceção à moratória da pena de morte na Rússia e dar ao tribunal o direito de considerar a possibilidade de aplicar a pena capital”.

Segundo a  Defesa russa, suas Forças Armadas destruíram reservas ucranianas nas regiões de Sumy e Chernigov, ao norte ucraniano, com mísseis de precisão. Moscou relata ainda ter atingido dois postos de controle e um centro de comunicação, 28 áreas de concentração de pessoal e equipamento militar. Informou também ter “aniquilado 470 nacionalistas”, segundo o Sputnik Brasil.

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