Negociação

Presidentes de EUA e Irã conversam pela primeira vez em 30 anos sobre programa nuclear

Barack Obama afirmou em coletiva de imprensa que conversa por telefone com Hassan Rouhani abre espaço para 'solução compreensiva'

Jason Szenes/EFE

Rouhani afirmou pelo Twitter que, com vontade, não será difícil resolver o impasse com os EUA

São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o do Irã, Hassan Rouhani, conversaram hoje (27) pelo telefone, estabelecendo a primeira comunicação entre líderes dos dois países desde 1979. Segundo afirmou o norte-americano em coletiva de imprensa, o tema da ligação foi “um acordo sobre o programa nuclear” iraniano.

“Eu acredito que possamos chegar a uma solução compreensiva”, afirmou Obama. “Deixei claro que respeito o direito do povo iraniano de ter acesso à energia nuclear pacífica no contexto de o Irã cumprir suas obrigações. Resolver essa questão, obviamente, também seria um grande passo adiante em uma nova relação entre os EUA e o Irã, baseada em interesse e respeito mútuos”.

Obama lembrou que o “caminho para um acordo significativo será difícil” e que ambas as nações estão “atentas aos desafios que se aproximam”. “O próprio fato de que esta foi a primeira comunicação entre um presidente norte-americano e um iraniano desde 1979 ressalta a profunda desconfiança entre os nossos países, mas também indica a possibilidade de nos movermos além dessa história difícil”, afirmou.

Já o presidente Rouhani confirmou o telefonema por meio de sua conta no Twitter, além de postar trechos de sua conversa com Obama no microblog. “Sobre o assunto nuclear, com vontade política, existe um jeito de resolver o problema rapidamente. Estamos esperançosos sobre o que veremos do P5 +1 [grupo de países que juntaram esforços diplomáticos para negociações com o Irã] e do seu governo, em particular, nas próximas semanas e meses. Expresso minha gratidão por sua hospitalidade e sua ligação. Tenha um bom dia, senhor presidente”, disse Rouhani.

De acordo com ele, o líder norte-americano expressou seu respeito pelo povo iraniano e, ao final da conversa, pediu desculpas pelo “horrendo trânsito” de Nova York, que Rouhani teve que enfrentar para participar da Assembleia Geral da ONU nesta semana.