OEA pede que Estados Unidos respeitem liberdade de imprensa

Comissão Interamericana lamenta que repórteres sejam agredidos e presos durante cobertura de atos que contestam o sistema político e econômico do país

A Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão fez um relatou que ao menos três repórteres foram agredidos no exercícios de suas funções e outros 12 foram temporariamente detidos (Foto: ©Mike Segar/ Reuters)

São Paulo – A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) manifestou nesta quinta-feira (17) preocupação com as agressões e as prisões de jornalistas que cobrem os protestos de jovens nos Estados Unidos. Em comunicado, a Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão, que integra a Organização dos Estados Americanos (OEA), fez um relato de que ao menos três repórteres foram agredidos no exercício de suas funções e outros 12 acabaram temporariamente detidos. Os casos ocorreram durante a cobertura do Ocupe Wall Street, em Nova York, e de manifestações de mesma temática em Nashville e em Oakland.

A comissão lembrou que o trabalho da imprensa é assegurado pela Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, pela Declaração de Princípios da Liberdade de Expressão e, ainda, pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos. “A proteção e a garantia deste direito exige que as autoridades assegurem as condições necessárias aos protestos sociais. As restrições desproporcionais no acesso ao lugar dos fatos, as detenções e a acusação em meio ao cumprimento dos deveres profissionais dos e das repórteres viola o direito à liberdade de expressão”, assinala a nota.

A OEA lembra ainda aos Estados Unidos que corresponde às autoridades restabelecer a normalidade das garantias constitucionais, prevenir problemas e investigar os fatos de violência, punindo os envolvidos e assegurando às vítimas a reparação adequada.

Entre os casos relatados estão o de Scott Campbell, jornalista independente que sofreu disparos de balas de borracha de policiais de Oakland durante cobertura de um ato no último dia 7. Os casos mais numerosos, porém, tiveram lugar em Nova York. O repórter John Farley ficou recluso durante oito horas em 24 de setembro após ser detido enquanto entrevistava jovens que foram agredidas pelas forças policiais. Kristen Gwynne também acabou detida em 1º de outubro durante uma prisão em massa de manifestantes sobre a ponte do Brooklyn. Na mesma ocasião, Natasha Lennard, colaboradora do New York Times, foi presa e acusada de “alteração da ordem pública”. 

A Comissão Interamericana manifestou consternação também com a atitude do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que justificou a tentativa de impedir a atuação da imprensa na desocupação do Parque Zucotti, que recebia o Ocupe Wall Street, como uma atitude que visava a proteger os profissionais de mídia.

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