São Paulo – O movimento estudantil mexicano #YoSoy132, que, entre outras reivindicações, pede mais mais transparência nas eleições presidenciais do país, realiza hoje (19) um debate presidencial. Três dos quatro candidatos deverão participar: Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD); Josefina Vázquez Mota, do Partido Ação Nacional (PAN); e Gabriel Quadri de la Torre, do Partido Nova Aliança (Panal).

Líder nas pesquisas de opinião, Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), deve faltar por considerar que o programa não será neutro. O movimento #YoSoy132 surgiu durante uma visita do candidato priísta à Universidade Iberoamericana, na Cidade do México. Peña Nieto foi acusado pelos estudantes de ordenar uma repressão policial em 2006, quando governador do Estado do México. A operação ficou conhecida como Massacre de Atenco e deixou dois mortos, 250 feridos e 40 mulheres estupradas.

Os organizadores negam que o programa será parcial, já que uma de suas principais bandeiras é denunciar a manipulação midiática das grandes redes de televisão do país – o movimento deslanchou depois que Peña Nieto e os canais Televisa e TV Azteca acusaram os estudantes da Iberoamericana de terem sido pagos pelos adversários políticos do PRI.

Com ou sem Peña Nieto, o debate ocorrerá na sede da Comissão de Direitos Humanos do Distrito Federal. Os integrantes do #YoSoy132 convocam a todos os canais de rádio e televisão do país a retransmitir ao vivo o programa, cujo sinal estará disponível na internet pelo endereço www.youtube.com/user/masde131, a partir das 20h (22h em Brasília). E já avisaram que o candidato que se ausentar será representado por uma cadeira vazia.

O debate presidencial organizado pelo movimento estudantil deve ser o último antes das eleições, que ocorrem no dia 1° de julho. Irão moderá-lo os acadêmicos Genaro Lozano e Rodrigo Munguía e o estudante Carlos Brito. Os presidenciáveis serão convidados a expor e argumentar suas ideias sobre alguns eixos temáticos, como ciência, tecnologia, educação, justiça, segurança pública, economia, saúde e direitos humanos. A sociedade mexicana poderá participar fazendo perguntas pela internet.

Com informações do La Jornada