Missão da OEA faz nova tentativa de negociar fim da crise em Honduras

Golpistas aceitam presença de secretário-geral da organização apenas como observador e rejeitam retorno de Zelaya ao poder

TEGUCIGALPA – A delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA), enviada a Tegucigalpa para tentar mediar a crise política causada pela destituição do presidente Manuel Zelaya, chegou nesta segunda-feira (24) ao país.

Além dos chanceleres de Argentina (Jorge Taiana), Canadá (Peter Kent), Costa Rica (Bruno Stagno), Jamaica (Kenneth Baugh), México (Patricia Espinosa), Panamá (Juan Carlos Varela ) e República Dominicana (Carlos Morales Troncoso), também participa da delegação o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.

Insulza, que já repudiou o golpe contra Zelaya por diversas vezes e também ratificou seu apoio à mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, foi aceito pelo regime golpista de Roberto Micheletti na condição de observador, e não como secretário-geral da entidade.

Os chanceleres chegam com o papel de chegar a um consenso entre ambas partes para que seja assinado o Acordo de San José, proposto por Arias e que, entre seus 11 pontos, estabelece como imprescindível o retorno do presidente deposto.

Juan Barahona, dirigente da Frente Nacional contra o Golpe de Estado, acredita que se reunirá com a missão, “que deve impor um prazo, um dia e uma hora para os golpistas abandonarem o poder que usurparam”.

Micheletti, no poder desde o dia 28 de junho, quando Zelaya foi expulso do país, rejeita a possibilidade de que o mandatário constitucional retorne à presidência. Ontem, a Corte Suprema do país rejeitou vários pontos da proposta apresentada por Arias e reafirmou que, se Zelaya retornar ao país, irá ser julgado por diversos crimes.

Uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos esteve até sexta-feira no país e constatou múltiplas violações aos direitos humanos. Também a organização humanitária Anistia Internacional apresentou um relatório com denúncias de agressões e repressões contra civis.