Cristina assina decreto para demitir presidente do BC argentino

Buenos Aires – A presidente argentina, Cristina Kirchner, assinou nesta quinta-feira (7) um decreto para demitir o presidente do Banco Central, Martín Redrado, que havia rejeitado um pedido de renúncia […]

Buenos Aires – A presidente argentina, Cristina Kirchner, assinou nesta quinta-feira (7) um decreto para demitir o presidente do Banco Central, Martín Redrado, que havia rejeitado um pedido de renúncia por parte do governo por se negar a usar as reservas da entidade para pagar a dívida soberana do país.

Cristina justificou o decreto alegando descumprimento de deveres de funcionário público. O vice-presidente do BC argentino, Miguel Pesce, assumirá a Presidência da instituição até que um novo presidente assuma o cargo, disse Cristina.

“Como vai continua? Com o exercício do vice-presidente atual até que um novo presidente assuma”, disse ela a jornalistas, acrescentando que “realmente esperávamos um mandato de responsabilidade, mas já foi, a decisão foi tomada porque o Banco Central tem que continuar funcionando”.

O conflito ilustra a incerteza na Argentina, terceira maior economia da América Latina, justo quando o país tenta recuperar a confiança dos investidores e voltar aos mercados globais com uma grande emissão de títulos, oito anos depois de uma gigantesca moratória.

Cristina já havia pedido a renúncia de Redrado na quarta-feira, depois de ele bloquear uma ordem dela para liberar 6,6 bilhões de dólares das reservas nacionais para o pagamento da dívida. Ele disse que só o Congresso pode demiti-lo.

Sob as normas do Banco Central, o Poder Executivo pode demitir um membro do conselho do banco, mas deve ter uma recomendação de uma comissão especial do Congresso. O decreto presidencial, no entanto, afirmou que o Congresso está em recesso e sua recomendação é não vinculante.

O chefe do BC irritou Cristina ao protelar por três semanas as providências relativas à ordem da presidente para colocar dinheiro em um Fundo do Bicentenário, criado por ela para garantir os pagamentos da dívida no ano em que a independência argentina completa 200 anos.

As obrigações da dívida argentina sobem consideravelmente neste ano, atingindo 13 bilhões de dólares, e os economistas estimam que faltarão de 2 a 7 bilhões de dólares para cobrir o valor.

Fonte: Reuters

Leia também

Últimas notícias