istambul

Corte de árvores desencadeia série de prostestos contra o governo turco

Em quatro dias, país registra 235 manifestações, com quase 200 feridos e 1.700 pessoas detidas

©ahmet sik/efe

Manifestantes durante protesto nas ruas de Istambul

São Paulo – A Turquia entrou hoje (3) no quarto dia de protestos contra o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. As manifestações se espalharam de Istambul para a capital Ancara e para a terceira maior cidade, Izmir.

Os protestos começaram na sexta-feira (31) devido a um projeto de renovação da praça Taksim de Istambul, que envolvia o corte de centenas de árvores e que desencadeou reações contrárias ao governo em várias cidades do país.

Em Istambul, as ruas ao redor do escritório do primeiro-ministro foram isoladas pela polícia, que usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Os manfiestantes haviam construído barricadas com abrigos de ônibus, pedras de pavimentação e placas de rua, bloqueando uma avenida perto do Estreito de Bósforo.

Em Ancara, a polícia invadiu um complexo comercial onde manifestantes estavam abrigados, e deteve centenas de pessoas.

Erdogan, no poder desde 2002, afirmou que não desistirá dos planos urbanísticos no centro de Istambul e acusou a oposição de ser responsável pelos protestos.

“Não podemos ficar olhando quando alguns agressores na praça Taksim provocam o povo”, advertiu. “Quem pagará pelas vitrines quebradas? O que isto tem a ver com a democracia e a luta pelos direitos?”, perguntou. O primeiro-ministro disse ainda que não levava “a ditadura no sangue” e era um “servidor do povo”.

Enquanto o Ministério do Interior turco fala de 58 civis e 115 polícias feridos em 235 manifestações ocorridas desde a semana passada, a Anistia Internacional afirma que houve duas mortes. Teriam sido detidos, ainda segundo o Executivo, mais de 1.700 manifestantes.

Sindicatos, setores profissionais e advogados reuniram-se durante a noite em Ancara para a preparação de uma declaração conjunta para pedir o fim da violência e exigir o julgamento dos polícias. Em Istambul, um sindicato de professores decretou uma greve até terça-feira (4).

Leia também

Últimas notícias