Violência

Confronto entre manifestantes e polícia no sul do Peru deixa 18 mortos

Desde dezembro, quando começaram os protestos contra a destituição de Pedro Castillo, vítimas somam 46 mortos

Reprodução / Twitter
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Protestos pedem a renúncia de Boluarte, antecipação de eleições gerais e o fechamento do Congresso

São Paulo – As manifestações contra o governo de Dina Boluarte no Peru deixaram um saldo de 18 mortos nessa segunda-feira (9), após confrontos com a polícia no sul do país. Segundo contagem da Ouvidoria, essas manifestações, que começaram em dezembro contra a destituição de Pedro Castillo da Presidência, após ele tentar dissolver o parlamento, já somam 46 mortos.

Os protestos pedem a renúncia de Boluarte, antecipação de eleições gerais e o fechamento do Congresso. Ontem, 17 pessoas morreram em confrontos na cidade de Juliaca, em Puno. Além disso, uma recém-nascida morreu porque não pôde ser evacuada para um hospital porque a estrada foi bloqueada devido às manifestações nesta região.

Com esse saldo, a segunda-feira (9) foi o dia mais letal desde o início dos protestos, em dezembro passado. Até agora, o dia mais violento havia sido 15 de dezembro, com oito mortos, segundo a Ouvidoria.

As manifestações ganharam novo fôlego na última quarta-feira, após uma trégua parcial nas férias de final de ano.

O governo culpou os manifestantes pela violência em Puno. O primeiro-ministro do país, Alberto Otárola, afirmou em mensagem televisionada que “mais de 9.000 pessoas se aproximaram do aeroporto e 2.000 dessas pessoas iniciaram um ataque total contra a polícia (…) lamento.” Outros ministros acompanharam Otárola no pronunciamento, com a notável ausência de Boluarte.

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Até agora, 46 vítimas foram contabilizadas no contexto dos protestos: 39 no confronto com as forças de ordem e outras sete devido a acidentes de trânsito ou em eventos ligados a bloqueios de estradas.

Boluarte assumiu o governo depois que Castillo, que era presidente desde 2021, foi destituído pelo Congresso após tentar dissolver esse poder estatal com uma mensagem de televisão em 7 de dezembro.

A atual presidente foi vice-presidente de Castillo e foi eleita na mesma lista de seu antecessor. O Parlamento a empossou no mesmo dia da demissão de Castillo como seu sucessor constitucional.

Castillo foi preso quando estava em um veículo com sua comitiva em uma avenida no centro de Lima. Segundo o Ministério Público, ele se dirigia à embaixada mexicana para pedir asilo político.


Com informações do g1/AP