Sem Guerra Fria

Biden e Xi Jinping têm encontro inédito e ‘amistoso’ sobre assuntos espinhosos

Primeira reunião entre líderes do EUA e China ocorre na véspera da cúpula do G20. E trata de Taiwan, Ucrânia, Coreia do Norte e promessas de paz

Reprodução/Twitter
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São Paulo – Os presidentes dos Estados Unidos e da China demonstraram, nesta segunda-feira (14), interesse mútuo de desenvolver um boa relação entre os dois países. Joe Biden e Xi Jinping tiveram o primeiro encontro entre chefes de Estado entre as duas nações rivais na geopolítica global em quase quatro anos (quando o líder chinês encontrou Donald Trump). Esse primeiro contato ocorre quase dois anos depois da posse de Biden, em janeiro de 2021. E um mês depois da confirmação de um terceiro mandato para Xi – após decisão final do Congresso do Partido Comunista Chinês.

A reunião ocorreu na ilha de Bali, Indonésia, onde se reúne a cúpula do G20, que começa nesta terça-feira (15). “Como líderes das nossas duas nações, partilhamos a responsabilidade de mostrar que China e os Estados Unidos são capazes de gerir as suas diferenças. E, assim, de impedir que a competição se transforme em conflito”, disse Biden. Xi Jinping respondeu que “o mundo espera que a China e os Estados Unidos conduzam as suas relações de forma apropriada”.

Segundo comunicado da Casa Branca, Biden admitiu, no entanto, que os EUA continuarão a “competir vigorosamente com a China. “Incluindo investimentos em recursos internos e alinhando forças com aliados e parceiros ao redor do mundo”, diz a nota. Entretanto, o presidente dos EUA ponderou que essa competição não deve desviar para um conflito. “Estados Unidos e China devem levar a competição de forma responsável e manter abertas as linhas de comunicação.”

Na China de Xi Jinping, o PIB não é único critério de sucesso

A diplomacia da China, por sua vez, não vê problemas na construção de uma relação civilizada. Desde que não seja ultrapassada o que o país considera a “linha vermelha” da tolerância: Taiwan. A ilha 180 quilômetros da China continental é considerada território chinês por Pequim. Mas se auto classifica como território independente, decisão apoiada por Washington.

Por isso, a tensão em Taiwan foi um dos assuntos que pautou a cordial conversa em Biden e Xi Jinping. Os EUA reiteram que não mudar de posição, ou seja, insistirão na independência da ilha. Ambos descartam ações militares, mas a China rechaça qualquer hipótese de interferência do Ocidente na região.

Além de Taiwan, a guerra na Ucrânia e as operações nucleares da Coreia do Norte estiveram na conversa. Os três temas põem as duas maiores potências globais em lados opostos. Mas ambas as partes consideram, também, inaceitável o uso de armas nucleares como “solução” para quaisquer dos lados, no caso do conflito entre Rússia ou Ucrânia.


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