Ator Ricardo Darín diz que se sentiu ‘muito usado’ e quer explicar-se a Cristina Kirchner

“Como a cara deles não cai de vergonha?”, havia indagado o ator, que agora se desculpa com a presidenta (Foto: Casa América. Flickr) São Paulo – O ator Ricardo Darín […]

“Como a cara deles não cai de vergonha?”, havia indagado o ator, que agora se desculpa com a presidenta (Foto: Casa América. Flickr)

São Paulo – O ator Ricardo Darín afirmou ter se sentido “muito usado” pela reportagem de uma revista argentina na qual apareceu questionando o aumento do patrimônio da família Kirchner, episódio que provocou uma resposta agressiva da presidenta Cristina Fernández de Kirchner na última semana. Para o protagonista de O Segredo de seus Olhos, Abutres e Um Conto Chinês, o que se fez foi uma “utilização muito perversa” de sua declaração, na qual questionava o enriquecimento dos funcionários públicos em geral. “O título da reportagem não faço eu. Por isso digo que editorialmente compreendo, mas não compartilho.”

Darín entende que Cristina teve razão em se sentir atacada. “Produziu uma ferida que eu não queria produzir”, disse, afirmando que deseja uma audiência privada com a presidenta. “Gostaria de esclarecer a questão. Tomara que tenha oportunidade.”

Ao mesmo tempo, o ator manifestou que não deseja vida fácil a este governo. “O que me quer transformar em inimigo do povo, eu não sou, que olhem para o outro lado.”

Histórico 

“Eu queria que alguém me explicasse a questão do crescimento patrimonial dos Kirchner. Como a cara deles não cai de vergonha? Como pode ser?”, criticou o ator em entrevista publicada na revista Brando. “Todos queremos a mesma coisa: viver em paz, trabalho, educação. Todos falam da Cristina, mas eu não sei se o problema é a Cristina”, afirmou, mencionando os assessores presidenciais. “Acho que é com eles que se deve falar, mas não tenho certeza de que eles queiram escutar ninguém”, afirmou.

No começo deste mês, Cristina usou as redes sociais para responder às críticas de Darín. Foram 22 mensagens no Twitter em um intervalo de 30 minutos. Na ocasião, além de rebater as declarações do ator, ela lamentou o uso que o jornal Clarín, opositor à Casa Rosada, fez do episódio, acusando o diário de se aproveitar de qualquer situação para atacar o Executivo.

“Não quero imaginar como você se sentiria se alguém levasse pela rua cartazes lhe insultando, desejando sua morte ou festejando a de seu companheiro de toda a vida como acontece comigo em algumas manifestações opositoras. Nunca viu nenhuma?”, escreveu, acrescentando que a agenda do ator “lhe tira tempo para uma observação mais completa da realidade”.

“Quero lhe dizer que não teve funcionários públicos (…) mais denunciados penalmente e investigados pela Justiça argentina em matéria de enriquecimento [ilícito], do que meu esposo e quem lhe escreve. Não só se investigou a fundo, como também foram designados peritos da Suprema Corte para a realização de perícias contábeis que duraram meses, e concluíram que não foi cometido nenhum ato ilícito, o que obrigou o juiz a descartar as denúncias”, respondeu.