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Argentina vive segundo dia de paralisação geral contra políticas de Macri

Protesto pede fim das demissões em massa e aumentos salariais; em outra manifestação na quarta, população se opôs a novo acordo com fundos abutres

Facebook/Associación de los Trabajadores del Estado

Convocatória foi feita pela ATE, mas organizações sociais e estudantis se juntaram à mobilização

Opera Mundi – A Argentina viveu ontem (17) o último dia da paralisação geral de 48 horas realizada em Buenos Aires. Os manifestantes protestam contra a demissão de mais de 50 mil trabalhadores realizada nos últimos três meses pelo governo do presidente Mauricio Macri e contra as novas políticas econômicas do governo.

A convocatória foi feita pela Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE), mas diversos sindicatos, organizações sociais e estudantis se juntaram à mobilização, que teve início ontem.

As principais exigências dos manifestantes são: a reincorporação dos funcionários despedidos, o fim das demissões, a regularização da situação dos trabalhadores por parte do Ministério da Modernização e um aumento salarial de 40%, segundo a ATE.

“Hoje estamos vivendo a continuidade das políticas que começaram a se construir e a gestar a raiz do golpe de Estado de 1976. A manifestação serve para mostrar ao Macri que o povo não quer suas políticas”, disse Manuel Bertoldi, integrante do Movimento Popular Pátria Grande, à Radio del Sur.

No protesto, também foi exigida a retomada das negociações trabalhistas entre a população e o governo. O juiz federal de La Plata, Luis Arias, chegou até a aprovar, na terça-feira (15), uma medida cautelar que incentiva o governo da capital a não encerrar as negociações.

“Nós já havíamos denunciado a ilegalidade do encerramento das negociações. Em primeiro lugar, nunca se constituiu formalmente uma comissão negociadora; em segundo lugar, não se conseguiu uma representação proporcional dos distintos sindicatos por quantidade de afiliados; e, em terceiro lugar, porque (a decisão de encerrar as negociações) foi tomada por uma maioria duvidosa. Uma discussão salarial como esta só pode ser encerrada com uma maioria simples”, explicou Oscar de Isasi, da ATE, à Telesur.

Esta é a segunda manifestação da semana em Buenos Aires. Na quarta-feira (16), além do primeiro dia da paralisação geral, a população foi às ruas protestar contra um projeto de pagamento dos fundos abutres. A medida chegou a ser aprovada pela Câmara dos Deputados e ainda deve passar pelo Senado, cuja maioria é kirchnerista, no dia 14 de abril.

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