Cresce movimentação contra pedágios no estado

Um levantamento realizado pela agência classificadora de crédito Austin Rating para o jornal Monitor Mercantil mostra que a rentabilidade média de 15 concessionárias de rodovias paulistas atingiu média de 30%, […]

Um levantamento realizado pela agência classificadora de crédito Austin Rating para o jornal Monitor Mercantil mostra que a rentabilidade média de 15 concessionárias de rodovias paulistas atingiu média de 30%, em 2008. O estudo indica que as empresas responsáveis pelos pedágios lucram mais que os bancos.

Em 2007, o subprocurador da República Aurélio Veiga Virgílio Rios comentara, numa reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que essas empresas tinham “lucros exorbitantes”, comparáveis aos do “tráfico internacional de drogas”.

“Só faltam pedágios no caminho da roça, é uma aberração”- ironiza Acir Mezzadri, coordenador do Fórum Nacional Contra o Pedágio. “Por trás da conversa mole de rodovias boas, as concessionárias querem é um contrato fantástico de 30 anos, sem risco algum”, sustenta. A ação contra os pedágios  começou no Paraná e deve chegar a  São Paulo. Um produto paulista é onerado pelos pedágios, mas quem paga a conta é o consumidor do Brasil inteiro.  Mezzadri planeja manifestações públicas contra os pedágios, coleta de assinaturas nas rodovias e firmar um compromisso, por escrito, com registro em cartório, dos políticos que assumirem uma política antipedágio. 

Pedágios abusivos

Este ano surgiu também o Movimento Estadual contra os Pedágios Abusivos de São Paulo. José Matos, morador de Indaiatuba, é o coordenador do movimento que reuniu grupos descontentes com as praças de pedágios do Estado.  Segundo ele, de 1998 a 2009, o governo de São Paulo arrecadou R$ 8,4 bilhões de outorga, uma espécie de aluguel que as concessionárias pagam para o governo e que aumenta o valor das tarifas de pedagiamento.

O movimento, afirma Matos, é a favor do modelo adotado pelo governo federal, em que não há outorga e as tarifas são menores porque o leilão dos trechos concedidos busca o menor preço e dispensa outorga.

“Pedágio é tarifa não é imposto e tarifa paga-se pelo uso, como água, telefone” – propõe. Um exemplo desse problema é o trajeto Indaiatuba – Campinas, que se resume a 20 quilômetros, mas a cobrança é pelos 62 quilômetros disponíveis, ao custo de R$ 8,80. “O justo seria pagar R$ 2,80, não R$ 8,80” – avalia. “Sem a outorga, o valor seria ainda menor: R$ 0,40” – estima. 

1º de julho, dia de luta contra os pedágios em São Paulo

O movimento estadual contra os pedágios abusivos do estado de São Paulo realiza mobilizações e atos, em várias cidades, contra os pedágios que sofrem aumento exatamente no dia 1º de julho. “Basta ter uma praça de pedágio, para ter uma insatisfação” – afirma José Matos coordenador do movimento. Presidente Bernardes, Cosmópolis, Sorocaba, Indaiatuba, Igaratá e Atibaia estão entre as cidades que sediarão manifestações antipedágio.