São Paulo – Maior jogador da história do futebol e considerado o “atleta do século”, Pelé morreu na tarde desta quinta-feira (29), aos 82 anos. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde 29 de novembro. Lutava há meses contra um câncer no cólon.

Edson Arantes do Nascimento nasceu em 23 de outubro de 1940 em Três Corações, Minas Gerais. Atuou a maior parte de sua carreira pelo Santos, time de seu coração e do qual é o maior ídolo. Pela equipe da Vila Belmiro, foram 1.091 gols marcados em 1.116 jogos. Ele também anotou 64 gols pelo New York Cosmos, dos Estados Unidos, e 92 pela seleção brasileira.

Pelo clube da Vila Belmiro, entre outros títulos, Pelé foi campeão brasileiro em 1961, 1962, 1963, 1964, 1965 e 1968. Conquistou a Taça Libertadores e o Mundial de Clubes nos anos de 1962 e 1963. De 1958 a 1973, foi 10 vezes campeão paulista. Pela seleção, venceu a Copa do Mundo em 1958, 1962 e 1970, quando a taça era a Jules Rimet. Disputou também a Copa de 1966, a última em que Mané Garrincha esteve presente. Com os dois em campo, o Brasil nunca foi derrotado.

Despedidas

Em 2 de outubro de 1974, uma quarta-feira, o rei Pelé disputou sua última partida pelo Santos, na Vila Belmiro, contra a Ponte Preta, de Campinas. Meses depois, ele foi contratado para vestir a camisa do Cosmos, de Nova York, onde atuou de 1975 a 1977, como parte de uma grande campanha para promover naquele país o futebol jogado com os pés.

O maior jogador que o mundo viu atuar encerrou a carreira em 1º de outubro de 1977, em uma partida amistosa entre o Cosmos e o Santos, vencida pelo time americano por 2 a 1. Com um público de 75.646 espectadores, Pelé jogou pelo Cosmos no primeiro tempo, e marcou um gol de falta.

Na segunda etapa, vestiu a camisa branca do Santos pela última vez, manto que ele havia estreado em 1956, quando tinha apenas 15 anos. A partida foi assistida por Jeff Carter, filho do presidente Jimmy Carter, pelo ex-secretário de Estado Henry Kissinger e o campeão mundial de boxe Muhammad Ali, outra lenda do esporte mundial.

“Um rei não morre”, diz Gerson

As redes sociais foram tomadas de homenagens ao “rei do futebol”. Craques da atualidade prestaram reverências, como o brasileiro Neymar, o argentino Messi e o francês Mbappé. Um depoimento emocionado foi do ex-jogador Gerson, o “canhotinha de ouro”, com quem Pelé atuou na campanha do tricampeonato, em 1970, no México.

“Um Rei não morre, um rei apenas descansa. Tive a honra de jogar junto com o Pelé, e contra ele, também. Um verdadeiro gênio, dentre os poucos que conheci. Encantou o mundo com o seu futebol único, digno de todos os prêmios e troféus que conquistou durante a sua brilhante e inigualável trajetória, dentro do esporte. A sua grandiosa obra, seus gols sensacionais, sua visão de jogo magnífica ficarão com certeza, para a eternidade. Sinceramente, obrigado Pelé, por tudo que fez pelo futebol brasileiro e mundial. Que o Rei descanse em paz, e conforte os amigos, familiares, e seus milhões de fãs”, escreveu Gerson.

O cantor Mano Brown também deixou sua mensagem. “Cresci Santista sem apoio, lembro do cara preto de roupa toda branca, era familiar nos quintais que eu morava antes de ir pro colégio interno, lá todo mundo tinha seu time, o meu era esse, pra vida toda! Eterno súdito do rei
@Pele , rei para sempre”, disse o rapper e integrante do Racionais.

Quem também se manifestou foi o futuro ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. “Pelé foi a primeira coisa que me fez gostar do Brasil. Ver um homem negro e brasileiro, como eu, sendo indiscutivelmente o melhor no que fazia me fez acreditar que apesar de tudo, havia algo em que acreditar. Ele foi o sonho que se fez matéria. Obrigado, Pelé, obrigado Rei!”

O velório foi marcado para a próxima segunda-feira (2), a partir das 10h, no estádio da Vila Belmiro, em Santos.

Mundo chora a morte de Pelé

O eterno rei do futebol foi operado em setembro do ano passado. No início deste ano, foram diagnosticadas metástases no intestino, no pulmão e fígado. Assim que a notícia de sua morte foi divulgada, diversas publicações no Brasil e no mundo manifestaram luto.