Mudança pequena

Senado deve ter renovação menor em 2015: um terço do total

Em 2011 troca de cadeiras atingiu mais de 50%. Conforme avaliação do Diap, dos dez senadores que tentam a reeleição hoje, apenas metade tem chances reais de vencer

Jefferson Rudy/Senado

A exemplo da Câmara, PMDB e PT terão maiores bancadas do Senado, mas não se sabe quem terá a dianteira

Brasília – Formado por 81 parlamentares, o Senado Federal deverá renovar um terço de sua composição nestas eleições. Isso porque além dos 27 senadores que terminam o mandato nesta legislatura e são candidatos à reeleição, conforme levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 22 dos 54 senadores que têm mandato até 2019 também estão participando do pleito, na disputa por cargos aos governos de seus estados, presidente e vice-presidente da República.

Essa mudança, no entanto, pode ser considerada bem menor do que a observada depois das eleições de 2010, quando a troca de cadeiras no Senado superou os 50% do total de parlamentares. Na época, dos 54 senadores eleitos, 32 foram empossados em janeiro de 2011 como estreantes, ao passo que outros cinco retornaram depois de exercer mandatos em outros cargos. Nesses quadros, nove suplentes assumiram em substituição a senadores que ganharam eleições para outras posições.

Conforme o recorte atual, dos 27 senadores em final de mandato, 11 não concorrem a nenhum cargo e dez disputam a reeleição – caso de senadores como Fernando Collor (PTB-AL), Álvaro Dias (PSDB-PR) e Gim Argelo (PRB-DF). Outros cinco disputam uma vaga na Câmara dos Deputados – dentre os quais Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) – e um é candidato a vice-governador – Francisco Dornelles (PP-RJ). Mas, na avaliação do Diap, dos dez que tentam um novo mandato, apenas a metade possui chances reais de vencer.

Segundo o cientista político Antonio Augusto de Queiroz, o estudo foi feito com base em pesquisas eleitorais, tempo de rádio e televisão, poder político das coligações, poder econômico das chapas montadas em cada estado e, também, no fato destes candidatos serem ou não detentores de outros mandatos.

Posição das bancadas

Dentro desse cenário, a composição do Senado, do ponto de vista partidário, deverá sofrer pouca alteração. O PMDB tende a ser mantido como o partido com maior número de senadores, embora exista uma possibilidade de ser superado pelo PT e de que perca até quatro cadeiras. E em terceiro lugar deverá figurar o PSDB, com perda de um a três senadores.

Integram o grupo dos partidos que deverão aumentar suas bancadas na Casa o PSB, que ampliará de um para três, e o PSD, que poderá ganhar um ou dois senadores.

Para Queiroz, o PT representa um caso atípico, porque tanto pode ganhar três senadores como perder um. “Se prevalecer o cenário mais favorável para o PT e menos favorável para o PMDB, o PT poderá superar o PMDB”, afirmou.

Já no caso das legendas como Pros, Psol e Solidariedade o prognóstico é de que tais siglas ou mantenham a mesma bancada existente hoje ou acrescentem mais um senador aos seus quadros. Outro grupo, formado por PR, PP e PCdoB, vive uma situação de dúvida: tanto pode ficar do mesmo tamanho como pode perder uma cadeira cada um destes partidos. E o PDT pode perder dois senadores ou ficar do mesmo tamanho.

Antonio Augusto de Queiroz alertou que o Diap elaborou esse trabalho sobre a tendência de renovação dos 27 senadores em final de mandato para avaliar a situação das bancadas partidárias na Casa, mas não colocou no estudo mais informações sobe os que concorrem a outros cargos que não sejam de reeleição. Isso porque o departamento considerou que os suplentes de tais parlamentares podem ser dos mesmos partidos que os que vão substituir – motivo pelo qual a tendência poderá apresentar algumas diferenças até o início do ano, quando tomam posse nos novos senadores.