Resposta

Rui Falcão: ‘Aécio deveria manter a dignidade enquanto caminha para a irrelevância’

Presidente do PT assina nota contundente contra declarações do candidato tucano reforçando denúncias publicadas por revista semanal contra políticos da base aliada

Paulino Menezes/ PT

O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e deputado federal Rui Falcão, durante evento partidário

São Paulo – O presidente nacional do PT, Rui Falcão, assinou nota em nome do partido na noite deste sábado (6) em que condena o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, por ter dado declarações em vídeo utilizando-se de acusações contra integrantes da base aliada publicadas por uma revista semanal para atacar o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição. No texto, Falcão diz que Aécio “deve seguir o consagrado caminho do debate democrático de alto nível, e não usar acusações chulas e sem fundamento”.

A gravidade das acusações do candidato tucano não pode ficar sem a resposta cabível. O vídeo está sendo analisado pelos advogados do nosso partido e as devidas providências jurídicas serão tomadas. O candidato Aécio, até pelo sobrenome que carrega, deveria pelo menos manter a dignidade enquanto caminha para a irrelevância”, conclui o dirigente, após elencar diversos casos de corrupção que envolvem políticos tucanos, como o cartel das empresas de trem e metrô em São Paulo, o “mensalão tucano” e os aeroportos construídos pelo poder público em propriedades da família de Aécio em Minas Gerais.

A nota ressalta ainda que as denúncias carregam “toda a suspeição” atrelada à delação premiada. Mais cedo, durante ato de campanha em São Paulo, Dilma afirmou que precisa “saber direitinho” sobre o que há de concreto em relação às denúncias veiculadas na imprensa contra dirigentes da Petrobras para tomar “as providências cabíveis”.

Enfrentamentos

A propaganda eleitoral de sábado foi marcada pelo enfrentamento entre os três candidatos com maior pontuação nas pesquisas eleitorais: Aécio afirmou que o governo petista “fracassou”, e relembrou atuação de Marina Silva no PT para apontar que a candidata do PSB não tem solidez em suas opiniões. Dilma, por sua vez, não citou o candidato tucano, mas comparou as medidas econômicas de Marina com as do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e atacou a proposta defendida pela coordenadora do programa de governo de Marina Silva, Neca Setúbal, socióloga e herdeira do banco Itaú, de instituir legalmente a independência do Banco Central.

Na maior parte do tempo, no entanto, o assunto dos programas eleitorais de TV foi Petrobras: Dilma defendeu a destinação dos royalties do pré-sal para a saúde e a educação e expôs pontos do plano de governo de Marina que reduziriam as atividades econômicas em torno do petróleo. A presidenta ressaltou que não pretende “atacar” a adversária, mas, sim, alertar o povo brasileiro sobre mudanças nas condições econômicas do país. “Conheço a Marina e sei que ela não é mal intencionada, mas está equivocada”, afirmou Dilma.

No tempo de TV do PSB, o candidato a vice-presidente Beto Albuquerque classificou como “boato” a questão da redução da exploração do pré-sal, e Marina rebateu as críticas dizendo que, em seu governo, “os recursos do pré-sal serão usados para saúde e educação, não para corrupção”.